domingo, 20 de junho de 2010

Campeonato Cearense de Futebol Feminino 2010

CAUCAIA 4 X 2 FORTALEZA
Caucaia, líder invicto com 21 pontos ganhos em 7 jogos, portanto com 100% de aproveitamento, e a primeira equipe classificada para a final da competição, que vale uma vaga para a disputa da Copa do Brasil deste ano.
Veja mais detalhes no site oficial do clube.

Exibir Caucaia 4 x 2 Fortaleza




Esclarecimento

A Liga Cearense de Futebol Feminino (LCFF) sempre procurou dar tratamento igual a todos clubes que integram o universo do futebol feminino em nosso estado. E sabemos ser esta uma condição essencial para que todos nos vejam como promotores de uma atitude de equanimidade, desse modo distribuindo justiça e tratamento igualitário a todos que nos procuram.

Ao dizermos isto, o fazemos como forma de prevenir quaisquer considerações que nos coloquem como partidários deste ou daquele clube, desta ou daquela agremiação ou facção.

Tal esclarecimento já contém a justificativa plausível para, somente agora, estarmos noticiando, em segunda chamada, o prosseguimento do Campeonato Cearense de Futebol Feminino, competição esta promovida e realizada pela Federação Cearense de Futebol (FCF).

Vale salientar que não é de agora que nos colocamos ao dispor das entidades de administração do futebol, no sentido de com elas cooperarmos, no campo das idéias. Afinal, a LCFF não dispõe de recursos para subsidiar nenhum evento e/ou competição. E, quando o fazemos, é sempre com a ajuda de parceiros, patrocinadores, colaboradores e afins. Desse modo, nos movemos pelo trabalho sério, profissional e colaborativo, em última instância, pelo capital intelectual de nossos dirigentes e apoiadores.

Vale esclarecer também que este blog não tem a pretensão de fazer-se uma síntese do que se passa no estado do Ceará e menos ainda no Brasil, no que se refere ao futebol feminino. Nossa intenção é levarmos ao conhecimento das pessoas a existência de nossa Entidade - a LCFF -, destacando seus princípios, sua filosofia de atuação, além da nossa visão do esporte, que se coaduna com o que há de mais conseqüente e responsável no campo do desporto.

A LCFF procura desenvolver um trabalho no campo esportivo, mas esse trabalho tem conotações que passam e inspiram-se nos campos cultural, educacional e social, visando a operar transformações sociais que representem verdadeiro ganho, sobretudo para as populações de baixa renda.

Nossa participação em projetos de âmbito mundial com os quais cooperamos já se faz sentir, com destaque para a doação do capital intelectual de nossa Entidade, representada por nossos membros dirigentes.

Essa visão renovada, participativa e cooperativa é que nos tem dado a credibilidade para estabelecermos parcerias, nos mais diferentes segmentos da atividade esportiva e do saber.



Campanha Nacional

DOAÇÃO DE SANGUE

"Doe sangue, faça alguém nascer de novo."

Objetivo é mostrar que um gesto simples pode salvar vidas. Brasil precisa aumentar o estoque anual de bolsas para pelo menos 5,7 milhões


sangue

A campanha vai mostrar o depoimento de pessoas que tiveram suas vidas salvas com a transfusão de sangue. Haverá também a imagem de um bebê fazendo tarefa de adulto, representando as pessoas que nasceram outra vez ao receber sangue doado. A campanha estará na TV e também em outras mídias, como jornal, rádio e mobiliário urbano.


Cada vez mais a demanda por sangue aumenta nos hemocentros. O aumento de 30% no transplante de órgãos e o crescimento da população estão entre os fatores que fazem o país precisar cada vez mais de sangue para transfusão. São coletadas por ano 3,5 milhões de bolsas de sangue no Brasil, quando o ideal seria 5,7 milhões.


No Brasil, 1,9% da população é doadora de sangue. Mesmo estando este percentual dentro do parâmetro da Organização Mundial de Saúde (OMS) – de 1% a 3% da população – o Ministério da Saúde considera que é urgente e possível aumentar o número de brasileiros doadores: se cada pessoa doasse duas vezes ao ano, não faltaria sangue para transfusão no país.


Dia 14 de junho é Dia Nacional do Doador de Sangue, instituído em pela OMS e celebrado no Brasil desde 2004. A data é em homenagem ao cientista Karl Landsteiner, descobridor dos sistemas de grupos sanguíneos ABO. Para doar sangue, basta ir ao hemocentro mais próximo. Todo procedimento demora muito pouco, é seguro e não dói.


Consulta pública - Além da campanha, o Ministério da Saúde realiza uma consulta pública desde o dia 2 de junho sobre a proposta de mudar as idades mínima e máxima para doação. Hoje podem doar sangue quem tem em 18 e 65 anos. A proposta é que a idade seja de 16 a 68 anos. Com a mudança, 13,9 milhões de pessoas ficam aptas a doar sangue.


Outras informações importantes


Para doar sangue é necessário - Sentir-se bem, com saúde; apresentar documento com foto, válido em todo território nacional; ter entre 18 e 65 anos de idade; ter peso acima de 50Kg.


Recomendações para o dia da doação- Nunca vá doar sangue em jejum; faça um repouso mínimo de 6 horas na noite anterior a doação; não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores; evitar fumar por pelo menos 2 horas antes da doação; evitar alimentos gordurosos nas 3 horas antecedentes a doação; Interromper as atividades por 12 horas as pessoas que exercem profissões como: pilotar avião ou helicóptero, conduzir ônibus ou caminhões de grande porte, subir em andaimes e praticar pára-quedismo ou mergulho.


Apoio: Planeta Voluntários

A maior Rede Social de Voluntários e ONGs do Brasil !!!

disque saúde 0800 61 1997

Ministério da Saúde
http://www.facaalguemnascerdenovo.com.br


(Fonte: Agência Saúde)



quinta-feira, 17 de junho de 2010

III Conferência Nacional de Esporte e Lazer: intervir é preciso!

Lino Castellani Filho


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Em época de Copa do Mundo, atenção redobrada: reforçar o combate ao risco do engodo e da empulhação da III Conferência Nacional de Esporte e Lazer é preciso.


Era uma vez, um general que não deixava seus “colegas de farda” do QG em paz... Para ele, princípios e ética eram inegociáveis, e nada no mundo justificava abrir mão deles em nome de interesses políticos. Longe de se perceber “apolítico”, era daqueles poucos que sabiam discernir entre política e politicagem...


Pois bem... Irritados com aquele general, puseram-se os demais a pensar uma maneira de retirá-lo do jogo... Pensa daqui, pensa dali e... Alguém traz uma ideia genial, logo aprovada por todos.


- Por que não envolver o general em uma guerra de mentirinha, camuflando-a de modo a parecer verdadeira a seus olhos? Assim pensaram e assim fizeram, e daquele dia em diante o general, crédulo na humanidade e absorto em sua importante missão, nunca mais os incomodou em suas ações e estratégias voltadas para o mundo da política real...


Lembrei-me dessa pequena estória por conta de alguns acontecimentos no campo esportivo... Estamos (quase) todos com as atenções voltadas para a África do Sul, não por conta dos problemas que a afligem e ao continente africano, mas sim pela Copa do Mundo de futebol que lá acontece, deixando em segundo plano tudo o mais... Das eleições presidenciais até outros assuntos do próprio universo esportivo, como a realização da III Conferência Nacional de Esporte e Lazer, organizada pelo Ministério do Esporte.


O modelo conceitual da Conferência não poderia ser mais bem desenhado: trata-se de ampliar a participação da sociedade civil organizada nas questões afetas à definição das políticas esportiva e de lazer brasileiras, trazendo para esse espaço aquilo que já se encontra enraizado na cultura política de outros campos/segmentos sociais, qual seja, a imperiosa necessidade da presença do controle social e da participação popular na definição das ações do poder público voltadas para a elaboração e execução de suas políticas.


Sua primeira edição, em 2004, deu-nos a impressão de que ela viria pra valer.Esporte, Lazer e Desenvolvimento Humano foi seu tema central. Experiência impar, dada a ausência quase que absoluta da tradição de espaços de construção coletiva e colegiada das decisões tomadas na história esportiva brasileira, mais acostumada com conferencistas que se recusavam a dialogar com o público, seja lá o sentido que queiram dar a esta expressão.


A segunda, em 2006, embora já carregasse o peso da desconfiança pela ausência de implementação das deliberações havidas por ocasião da 1ª, ainda mobilizaram municípios, estados e regiões em fases que antecederam sua etapa nacional, colocando todos refletindo sobre o sistema esportivo e de lazer brasileiros.Construindo o Sistema Nacional de Esporte e Lazer foi seu nome de batismo, expressando nele próprio o reconhecimento do atraso da área diante da mera constatação dos 18 anos que então completava o sistema nacional de saúde e os outros tantos da educação, ao lado de um debate no campo da cultura que já a colocava à frente da esfera esportiva.


A não realização de sua 3ª versão em 2008, ou mesmo em 2009, já anunciava algo pouco promissor. A falta de vontade política do Ministério do Esporte de dar vazão à construção das condições objetivas para a consecução das deliberações tomadas naquele fórum ficou evidente tanto com o simples enumerar das deliberações que vieram a se materializar em política de governo, quanto com o próprio anúncio do tema central da III Conferência, convenientemente pensada para 2010, ano eleitoral:Plano Decenal do Esporte e Lazer: 10 pontos em 10 anos para projetar o Brasil entre os 10 mais.


Aquilo que era central na 2ª Conferência se mistura a outros eixos de debate, numa clara perda de importância facilmente compreendida pela ausência de disposição dos senhores dos anéis de debaterem mudanças em uma estrutura que lhes vem servindo como se feita sob medida a seus interesses de manutenção do status quo... Quem se habilita a fazer um levantamento dos anos de empoderamento desses senhores à frente de suas entidades? É um acinte à lógica democrática!


O documento que a anuncia é forjado em uma matriz aparentemente ousada, mas tacanha quando revelada sua base paradigmática - a do alto rendimento - e sua perversa materialização em políticas de governo só não é percebida pelos... Que se envolveram na guerra de mentirinha, tal qual o general de nossa estorinha...


Se não ficarmos atentos, seremos vítimas de engodo, legitimando aquilo já decidido na guerra de verdade, na política real... Peguemos, por exemplo, a realização, em nosso país, da Copa do Mundo de Futebol em 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, de cuja decisão participaram Fifa e CBF e COI e COB, respectivamente, bem como a política de financiamento do esporte desavergonhadamente voltada para o alto rendimento em detrimento da compreensão do direito ao acesso ao esporte e ao lazer por parte da sociedade brasileira... A quem duvida, convido a fazer uma breve análise da execução orçamentária do Ministério do Esporte desde sua criação até os dias atuais, triste constatação para quem acreditava na mudança...


Engodo, segundo o “Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa”, é “coisa com que se seduz alguém...”. Deixa-se engodar aquele que permite ser enganado com promessas vãs. Não podemos permitir sermos empulhados, alvos de zombarias...


Voltemos nossas atenções para o lócus da política concreta; reconheçamos o caráter conservador, retrógrado e reacionário do campo esportivo e a aliança com ele construída por setores aparentemente progressistas; identifiquemos no projeto Brasil potência esportiva o modelo que dá as costas às desigualdades sociais que nos fazem, aí sim, imbatíveis; reconheçamos em nossos jovens futebolistas, “pé-de-obra” vendida no mercado internacional da bola por empresários que nada ficam devendo aos donos de escravos de um passado não tão remoto como parece ser.


Mas também reconheçamos, lançando mão do princípio da contradição, o caráter não monolítico das instituições, buscando fortalecer seus setores dotados de postura contra-hegemônica capaz de subverter a relação de poder hoje configurada, única possibilidade de darmos sentido emancipatório ao processo de participação popular na construção da política esportiva e de lazer brasileira.


Que a resposta à pergunta sobre qual conferência queremos - a do engodo ou a da qualificação da participação popular/controle social na elaboração e execução de políticas de esporte e lazer - não só não deixe dúvidas quanto ao compromisso com a defesa da segunda premissa, como também contribua na mudança da correlação de forças historicamente presente no campo esportivo, condição indispensável para que, arejando-o, oxigenando-o, também nele possamos afirmar que a esperança venceu o medo.


sábado, 12 de junho de 2010

Macro ambiente favorável

CONFERÊNCIA NACIONAL DO ESPORTE APROVA A CARTA DE BRASÍLIA

* * *

Os participantes da III Conferência Nacional do Esporte aprovaram no domingo p.p., (6) a Carta de Brasília, que sintetiza as ações e metas do segmento para os próximos dez anos.


Reunidos em Brasília de 3 a 6 de junho, os conferencistas debateram 10 eixos temáticos que regem o esporte brasileiro. Todas as propostas foram discutidas em grupos de trabalho e aprovadas na plenária final, ocorrida no sábado (5) à tarde e na manhã deste domingo (6).


A Conferência teve etapas municipais, estaduais regionais e livres em todos os estados e no Distrito Federal.


Veja a íntegra da Carta de Brasília:


Por um time chamado Brasil!


Esta III Conferência Nacional do Esporte, a maior já realizada no segmento, expressou a inteligência coletiva e foi o ápice de um processo de consolidação de importantes consensos iniciado em sua primeira edição, em 2004, e mantido na segunda conferência, em 2006. A primeira definiu os fundamentos da Política Nacional do Esporte com foco no desenvolvimento humano; a segunda propôs uma nova estrutura para o Sistema Nacional de Esporte e Lazer e teve como marco a conquista da Lei de Incentivo ao Esporte.


A III Conferência consolida as conquistas anteriores e avança para a efetivação do esporte como direito social, conforme preceitua a Constituição Federal, que também determina que cabe ao Estado oferecê-lo como política pública. Esta Conferência ocorre em um momento especial para o nosso país.


O povo brasileiro já deu inúmeras provas de sua genialidade e criatividade ao superar barreiras na história e ocupar espaços internacionais nas artes, nas ciências, na tecnologia de ponta, nas questões ambientais, na gastronomia, nas comunicações, nas políticas públicas de saúde e de educação, na indústria, sobretudo a de petróleo, petroquímica e de biocombustíveis.


No campo esportivo, a comunidade internacional, sob diversos ângulos, volta seus olhos para o Brasil. Os Jogos Pan e Parapan-americanos de 2007, os Jogos Mundiais Militares de 2011, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 são símbolos desse novo olhar do mundo sobre o nosso país.

O momento abre novas oportunidades para o esporte brasileiro. E isso só é viável porque o Brasil passa por um momento raro de distribuição de renda e combate à pobreza; trilha um caminho de crescimento e de estabilidade econômica, de confiança para investimentos, de ampla democracia e incontestável reconhecimento da comunidade internacional.


O esporte faz parte deste cenário promissor, como demonstra a participação inédita de 219 mil brasileiros e brasileiras de 3112 municípios de todas as unidades da federação para debater o Plano Decenal proposto para esta III Conferência Nacional do Esporte. A comunidade esportiva nacional compreendeu o chamamento à discussão dos desafios para os próximos dez anos.


Aqui reunidos – mulheres e homens de todas as gerações, negros e negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, trabalhadores, pessoas com deficiências e com mobilidade reduzida, idosos, estudantes, profissionais de educação física e de outras áreas, atletas, técnicos, dirigentes e gestores esportivos –, todos construindo o Plano Decenal de Esporte e Lazer que será um poderoso instrumento de mobilização da comunidade esportiva e – temos convicção – se converterá em lei no Congresso Nacional para ratificar o anseio da sociedade brasileira.


Aprovamos o Plano Decenal de Esporte e Lazer “10 pontos em 10 anos para projetar o Brasil entre os 10 mais” que ratifica a necessidade de um Sistema Nacional de Esporte e Lazer lastreado em recursos que tornem sustentável um projeto de longo prazo.


Significa também promover a inclusão social e o desenvolvimento humano por meio de programas socioesportivos; institucionalizar o esporte educacional; atingir resultados inéditos nas competições e assim projetar o Brasil no ranking do alto rendimento; incrementar nossa infraestrutura esportiva; modernizar e valorizar o futebol como identidade cultural do Brasil; ampliar o leque de modalidades para diversificar a prática esportiva no país; qualificar a gestão do esporte e do lazer; e aproveitar o potencial econômico-social dos grandes eventos, porque eles contribuem com o projeto de desenvolvimento nacional gerando milhões de empregos, aumentando a renda do trabalhador e propiciando o renascimento de áreas urbanas, a melhoria da qualidade de vida, a oferta de perspectivas à juventude e o fortalecimento do respeito do mundo por nossa pátria.


O Plano Decenal ganha força a partir da valorização do trabalhador da área, especialmente o profissional de educação física, garantindo postos de trabalho; estabelecendo a criação de políticas de formação continuada e permanente, de desenvolvimento científico e tecnológico e de acompanhamento e avaliação dos programas, resultando na profissionalização cada vez maior da política esportiva no país.


Esse conjunto de ações e metas consolidam os programas sociais de esporte e lazer do Ministério do Esporte como política de Estado e avançam rumo à universalização do acesso ao esporte e ao lazer como direito de todos os cidadãos brasileiros.


O esporte nos ensina que as vitórias são fruto de construções coletivas, de ideias amadurecidas, de planejamento contínuo, de papéis definidos, de metas objetivas, de gestão eficiente, de políticas amplas.


Se os desafios são enormes, maior é a nossa capacidade e espírito de luta. Reunidos no cinqüentenário de nossa capital, nós, delegados, delegadas e participantes da III Conferência Nacional do Esporte somos inspirados pelo sonho da construção de Brasília, forjada em concreto, feita de poesia, sacrifício e trabalho de brasileiros de todas as partes. Com esse exemplo, fortalecemos nossa determinação em construir uma nova década em que o esporte e o lazer sejam vividos pela população como direitos. Queremos todo o povo jogando, torcendo e brilhando, vestido com a camisa desse time chamado Brasil.


Brasília, 06 de junho de 2010
Delegados e delegadas da III Conferência Nacional do Esporte

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Fonte: Ministério do Esporte / Foto: 24horaspiauí

Revisão e Intertexto: Benê Lima


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Nova visão do Esporte

África desperta Copa do social

Erich Beting


Agora, quatro anos depois, as principais empresas do meio e a Fifa decidiram apostar no social. Na primeira africaCopa do Mundo em continente africano, a solidariedade entra em campo nos projetos de "legado" do Mundial. A Adidas anunciou nesta terça-feira, aqui em Joanesburgo, que vai leiloar quadros de artistas sul-africanos com a temática do futebol. O montante arrecadado será doado para o Instituto Nelson Mandela. Antes, a Nike, sua maior concorrente, deu os braços a Bono Vox na megacampanha Red, com o objetivo de combater a Aids num dos países que mais sofre com a doença. Isso sem contar na ação que será feita no Soweto, bairro no subúrbio de Joanesburgo, com a construção de um centro de treinamento para os jovens da região. A Fifa também tem um projeto para levar o futebol a diversos pontos do continente africano.


Investir no social não é apenas marketing, e é uma forma interessante que as empresas encontraram para marcar sua passagem pela África.


Copa do Mundo tem, geralmente, um efeito devastador. Um batalhão chega no país-sede durante cerca de um mês, muda a rotina das cidades e depois vai embora, diminuindo sensivelmente a onda de crescimento econômico que antecede o Mundial. Agora, na África, a banda parece mudar um pouco. Num país com poucos recursos e imenso abismo social, investir na melhoria de vida das pessoas é uma forma de dar a sua contribuição para a população local em algo que vai além dos 30 dias da Copa do Mundo.


E no Brasil, o que nos espera? Qual será a onda da Copa? Tudo leva a crer que levantaremos de novo a bandeira da preservação da natureza. Mas bem que poderíamos fazer um mix de Alemanha e África do Sul...


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Perseguição no futebol feminino

por Vanessa Ruiz, da revista ESPN

O Rei do Futebol Feminino


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Kleiton Lima é o técnico da seleção brasileira de Futebol Feminino. Campeão Sul-Americano Sub-20 com o Brasil e bicampeão da Copa do Brasil com o Santos, foi indicado para o cargo após a Olimpíada de 2008, na qual o Brasil foi medalha de prata, e acumulou os cargos de treinador no clube e na Seleção. No início deste ano, Lima ganhou mais um cargo: foi nomeado dirigente do Foz Cataratas, projeto com investimento mensal de R$ 200 mil, lançado pomposamente em Brasília, com a presença do presidente Lula. O time tem como treinador Essinho, auxiliar de Lima na Seleção.


O treinador está envolvido nos três projetos em que mais dinheiro é aplicado para o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil. Um claro conflito de interesses, que ficou escancarado com o anúncio da primeira convocação da Seleção em 2010. Das 22 jogadoras chamadas para 15 dias de preparação na Granja Comary, nove eram do Peixe e cinco do Foz. As outras oito eram de oito times diferentes: Caucaia (CE), Pelotas (RS), Ferroviária (SP), Novo Mundo (PR), Corinthians, Francana (SP), Volta Redonda (RJ) e Saint Michael’s (EUA).


Apesar de o Santos ser indiscutivelmente o time mais vitorioso do País – é campeão da Libertadores de 2009 e contava com Marta e Cristiane no elenco –, começaram a pipocar histórias de desconfiança e descontentamento. Das 14 convocadas diretamente ligadas a Kleiton, apenas quatro participaram dos Jogos de Pequim, quando o técnico da Seleção ainda era Jorge Barcellos. São inevitáveis as suspeitas de favorecimento.


A ESPN conversou com duas atletas, que só aceitaram falar sob a condição de que seus nomes não fossem revelados. Jovens, elas têm medo de prejudicar seu futuro na Seleção. De acordo com uma delas, “a CBF já soube de coisas e não fez nada”. Ela revela que um e-mail enviado para a Confederação, e que passou pelas mãos de Paulo Dutra, responsável pelo futebol feminino dentro da entidade, denunciava uma suposta perseguição de Kleiton a uma atleta que teria se afastado dele no âmbito pessoal, embora continuasse treinando.


O e-mail, de acordo com a atleta, dizia que Lima recomendou a não convocação da jogadora quando consultado pelo treinador do Sub-20, Marcos Gaspar. A reportagem tentou contato duas vezes com Dutra. Na primeira, o dirigente pediu um retorno em 30 minutos, mas as ligações posteriores só caíram na caixa postal de seu celular. Na segunda, dias depois, ele reclamou do barulho e desligou antes de responder a qualquer pergunta.


terça-feira, 8 de junho de 2010

Meninas lançam livro “Nós, Mulheres do Futebol”


LANCE!NET / Futebol para Meninas


Atenção meninas e meninos! Antes da bola começar a rolar na Copa, vem chegando um livro para quem quer conhecer histórias de mulheres envolvidas com o futebol. Não é qualquer livro não! As autoras Silvia Bruno Securato e Ellen Dastry trazem as histórias de várias mulheres envolvidas direta ou indiretamente com o nosso jogo preferido. Vale conferir!


Você vai descobrir o futebol com um olhar muito especial. Atento, vibrante, preocupado, cheio de carinho. É o olhar da mulher nas mais diferentes posições que compõe este espetáculo: Dentro das quatro linhas a mulher jogadora e a árbitra. Na comissão técnica, a mulher nutricionista, fisioterapeuta, técnica, psicóloga. A voz da mulher que transmite,comenta, entrevista, que faz a notícia do esporte. E na arquibancada, a mulher apaixonada que virou símbolo de paixão nacional, a torcedora fanática e a mãe do craque que faz o gol da vitória. São mulheres incríveis, cheias de história pra contar de um futebol que você não vive, não olha, mas sente.


Livro "Nos, Mulheres do Futebol" será lançado dia 08 de Junho


Dentre as entrevistadas estão Elza Soares, Marlene Matheus, Soninha Francine, Silvia Regina e Rose do Rio. O lançamento acontecerá nesta terça-feira, 08 de junho, a partir das 18H30 na Reserva Cultural, que fica na Avenida Paulista, 900 e o Futebol para Meninas estará por lá para conferir o livro e esperamos por você, hein?


Ah sim! Na ocasião do lançamento, estarão presentes algumas das entrevistadas! Vai perder?


sábado, 5 de junho de 2010

“Quem não sonhou em ser uma jogadora de futebol?!”
Há consciência e lucidez de jovens mulheres para discernir que a esfera do trabalho ainda se configura em um território a ser conquistado
Osmar Júnior

A adequação do verso da música da banda Skank ao gênero feminino passa a fazer sentido, ainda que de forma tímida, na sociedade brasileira nos tempos atuais.

Algo que em um passado não tão distante seria impensável, hoje reflete um processo que reposiciona a mulher no universo futebolístico, adentrando os gramados e reivindicando seu espaço, não apenas na esfera do lazer, mas principalmente do trabalho.

Neste passado não tão distante, cabe ressaltar a árdua trajetória de lutas contra obstáculos que compreenderam desde os argumentos infundados calcados nos preceitos da medicina da primeira metade do século XX, que advertia para as ‘deformações’ do corpo feminino e para os riscos de esterilidade provenientes da prática do futebol pela mulher, até os desdobramentos deste discurso, que repercutia na proibição legal da prática do futebol por mulheres, resolução¹ esta que perdurou de 1965 a 1979.

Felizmente, hoje em dia já é mais raro encontrar alguém que acredite que o futebol é prejudicial à saúde da mulher, mas muitas das frentes de batalha da mulher em relação ao futebol ainda se encontram inabaláveis, ou alguém em sã consciência ousaria afirmar que o futebol feminino é uma realidade no Brasil?

Nos dias 21 e 22 de janeiro deste ano, a equipe do Santos realizou uma “peneira” com o intuito de selecionar algumas garotas que poderiam compor seu elenco para a temporada de 2010. O cenário desta peneira reflete de forma contundente as afirmações tecidas anteriormente.

Inscreveram-se para os testes mais de 1.500 meninas com idades entre 14 e 20 anos. De acordo com o site do clube, dos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal, os únicos que ainda não tiveram garotas cadastradas foram: Amazonas, Alagoas, Acre e Amapá. Compareceram efetivamente à peneira 1.128 das inscritas, sendo selecionadas apenas cinco participantes.

Durante os testes, tive a oportunidade de entrevistar 19 das participantes, procurando compreender como estas meninas entendem questões como: o estágio atual do futebol feminino no país, o papel da mídia no desenvolvimento da modalidade e quais as possibilidades e limitações que a mulher encontra hoje no futebol nas esferas do lazer e do trabalho.



Os dados destas entrevistas ainda não foram analisados de forma mais aprofundada, contudo, de uma maneira geral, posso sinalizar que na esfera do lazer, ao menos no ambiente vivenciado pelas entrevistadas, o futebol já se encontra em um estágio bastante avançado. Ou seja, hoje em dia, as meninas já se organizam para jogar futebol de maneira relativamente autônoma, deixando os rachões dos campos e quadras espalhados pelo país, privilégios exclusivos do “sexo forte”.

Em contrapartida, fica claro que as entrevistadas têm a consciência e a lucidez para discernir que a esfera do trabalho ainda se configura em um território a ser conquistado, tendo em vista que a maioria não vislumbra grandes oportunidades de viver exclusivamente do futebol no país.

Este panorama pode ser bem representado pela fala de uma das entrevistadas que afirma que o futebol feminino no Brasil hoje se encontra em um estágio que não pode ser entendido nem como amadorismo nem como profissionalismo. A atleta ilustra tal depoimento, contando que, jogando por uma equipe de Curitiba-PR, viveu a experiência de atuar em campeonatos amadores da cidade e participar da Copa do Brasil enfrentando o Santos F.C com a presença da melhor jogadora do mundo, Marta.

Se para os meninos o sonho de ser um jogador de futebol implica na superação de uma série de obstáculos, para as meninas este sonho parece estar ainda mais distante, afinal de contas não é nada fácil encontrar exemplos de jogadoras bem sucedidas profissionalmente, ou melhor ainda, de clubes que mantenham equipes femininas bem estruturadas como o Santos, que possam alimentar este sonho de sobreviver do futebol.

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1 - Deliberação CND 7/65:
N° 1 – Às mulheres se permitirá a prática de desportos na forma, modalidades e condições estabelecidas pelas entidades internacionais de cada desporto, inclusive em competições, observado o disposto na presente deliberação.

N° 2 – Não é permitida a prática de lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, pólo aquático, pólo, rugby, halterofilismo e baseball.

*Osmar Moreira de Souza Júnior é professor do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana da UFSCar