Ingrid Hjelmseth teve de aguardar fim do ciclo de Bente Nordby e superar lesões para se firmar na seleção européia
Ingrid Hjelmseth (foto AFP) sempre foi uma jogadora promissora. A sua afirmação na seleção principal da Noruega, entretanto, esteve condicionada – e limitada – à presença de Bente Nordby, umas das grandes goleiras da história recente da modalidade. Mas o tempo chegou para a eterna titular, e a guarda-metas de 30 anos, que também superou uma série de lesões, assumiu a camisa 1.
Fora das duas últimas edições da Copa do Mundo Feminina da Fifa, justamente por problemas médicos, Hjelmseth debutará no Mundial deste ano, que ocorrerá na Alemanha. A certeza de que desempenhará um grande papel se ampara na performance apresentada na Euro 2009, na Finlândia.
“O ambiente vai ser espetacular porque muitos ingressos já foram vendidos. O torneio motiva muito a todas as jogadoras. E especialmente a nós, porque muitos dos nossos torcedores deverão viajar para nos assistirem. O objetivo é lutar pelas medalhas e também conseguir uma vaga nos Jogos Olímpicos de Londres 2012”, disse Hjelmseth, em entrevista ao site oficial da Fifa.
A temporada oficial na Noruega começa no próximo dia 2 de abril. Antes disso, as mulheres participaram também de um Mundialito em Portugal, que serviu como preparação para a disputa em terras germânicas. Hjelmseth, plena fisicamente, estará lá.
Em 2003, ela torceu um dos pulsos dois dias antes da primeira partida do Mundial daquele ano e precisei voltar para casa. Já em 2007, lesionou um dos joelhos. “Foi muito amargo, mas a Alemanha será a minha Copa do Mundo”, prevê.
Sobre o fato de ter sido reserva durante anos de Bente Nordby, Hjelmseth encara a situação com naturalidade. “Ela foi uma das melhores goleiras do mundo, aprendi muito com ela e por isso sei que tenho muita responsabilidade”, elogiou a jogadora, que é uma das mais experientes de um grupo que busca a renovação.
“As jovens que chegam são mais técnicas e têm um bom preparo físico. Com a contribuição delas, a seleção melhorou tecnicamente e ficou mais competitiva”, apontou.
Ao ser questionada sobre o desempenho geral de atletas que atuam em sua posição, Hjelmseth rebate aqueles mais críticos. “Não concordo com quem diz que as goleiras são o ponto fraco do esporte. Talvez as jogadoras de linha brilhem mais, mas existem grandes goleiras como a americana Hope Solo e a alemã Nadine Angerer”, elencou.
“A nossa posição é difícil e muito solitária na preparação, porque ainda não há treinadores específicos como os do futebol masculino. Mas estamos trabalhando bem e bastante”, completou, lamento o fato de não haver tantos treinadores de goleiras.
Não bastasse o isolamento e a falta de auxiliares no dia-a-dia de treinamentos, Hjelmseth também tem de conviver com uma jornada dupla. Ela dedica 60% do seu tempo ao trabalho como engenheira em uma empresa de Oslo. E vê com bons olhos tal situação.
“É bom contar com outra atividade e não pensar em futebol o dia todo, e também é muito bom para exercitar a mente”, justificou Hjelmseth, que após tanta luta para vingar nos campos, ainda não pensa em se aposentar.
Equipe Universidade do Futebol
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