segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A violência no futebol foi ‘atingida em cheio’ pela reforma do Estatuto do Torcedor

 

A violência existente em torno dos esportes, e, principalmente, do mais popular destes - o futebol - não é algo recente, tampouco, restrito ao Brasil. Vários atos extremamente violentos entre torcedores já ocorreram em diversas partes do mundo.

Percebe-se, desde a década de 1980, uma intensa modificação do comportamento do torcedor nas arquibancadas dos estádios de futebol, iniciada, principalmente, com o surgimento das tão conhecidas “torcidas organizadas”. Entidades criadas mediante estatutos próprios, compostas por presidente, vice-presidente, conselheiros e diretores, eleitos periodicamente, dispondo de quadros associativos, sede, enfim, toda  estrutura burocrática, capaz de caracterizá-las como  instituições privadas sem fins lucrativos.

Dessa forma, o torcedor, uma vez associado às "torcidas organizadas", deixa de ser mero espectador tornando-se coadjuvante do “espetáculo”.

Entretanto, embora criadas com os objetivos de incentivar, apoiar e fiscalizar o "clube do coração", algumas torcidas organizadas - e aqui não se está generalizando, por óbvio - acabaram transformadas em verdadeiras “organizações criminosas”, graças à presença, dentre seus associados, de criminosos travestidos de torcedores. A identificação desses grupos passou a ser percebida pelas violências verbal e física praticadas, pelas vestimentas, pela virilidade e masculinidade exigidas, pelos cânticos de guerra, pelas transgressões das regras legais, pela incitação à prática criminosa, ou seja, pelo sentimento de integração ao grupo e pela necessidade de auto-afirmação[1].

Infelizmente, a cada dia - e cada vez mais -, a sociedade se surpreende pelas barbáries praticadas por esses indivíduos, que, isoladamente, podem não representar perigo, porém, uma vez unidos e organizados, sentem-se fortalecidos e corajosos suficientemente para desrespeitar as leis, enfrentar as autoridades e, quase sempre, cometer crimes.

Tal movimento acaba por espantar as famílias e as pessoas de bem das praças esportivas, deixando o caminho ainda mais livre para esse tipo de conduta abominável.

Os recorrentes problemas nos estádios brasileiros levaram à elaboração de diplomas legais, bem como de medidas preventivas e repressivas, com o nítido objetivo de garantir a segurança do torcedor, inclusive, tipificando determinadas condutas.

Dentre essas leis, merece destaque, sem dúvida alguma, a Lei 10.671, de 15 de março de 2003 (Estatuto do Torcedor), recentemente alterada pela Lei 12.299, de 27 de julho de 2010.

Uma das inovações trazidas é o surgimento de uma definição legal para o termo “torcida organizada”, que soma ao conceito de “torcedor”, presente na versão original do mencionado Estatuto.

Com a alteração, o Estatuto do Torcedor passou a dispor em seu artigo 2º-A:

“Considera-se torcida organizada, para os efeitos desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado ou existente de fato, que se organize para o fim de torcer e apoiar entidade de prática esportiva de qualquer natureza ou modalidade”.

Destarte, uma vez inserida no texto legal e caracterizada definitivamente como parte integrante dos eventos esportivos, as torcidas organizadas assumem, como os demais sujeitos, deveres e obrigações, que, uma vez descumpridos, acarretarão sanções.

Outra inovação que merece destaque é a ampliação da responsabilidade pela prevenção da violência nos esportes.

Reza o artigo 1º-A do referido diploma legal:

“A prevenção da violência nos esportes é de responsabilidade do poder público, das confederações, federações, ligas, clubes, associações ou entidades esportivas, entidades recreativas e associações de torcedores, inclusive de seus respectivos dirigentes, bem como daqueles que, de qualquer forma, promovem, organizam, coordenam ou participam dos eventos esportivos” (grifos nossos).

O objetivo do legislador, no supracitado dispositivo legal, nada mais é do que estender, ao máximo possível, a responsabilidade pela prevenção da violência, de forma que não importando o modo, tampouco através de quem, seja ela, de uma vez por todas, banida do ambiente esportivo.

Assim, ao responsabilizar pelo combate à violência todos aqueles que, independente da forma, promovam, participam, organizam ou coordenam os eventos esportivos, o legislador passou a permitir, que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva e os respectivos Tribunais de Justiça Desportiva tenham competência para a adoção de medidas preventivas e/ou punitivas para coibir e combater a violência nas praças esportivas, de uma maneira mais eficaz.

De igual modo, no parágrafo único de seu artigo 13, o referenciado Diploma Legal ainda prevê a possibilidade de “sanções administrativas”, o que reforça a legitimação e competência da Justiça Desportiva para conhecer, processar e julgar tais conflitos. Vejamos o que diz o referido dispositivo legal:

“Parágrafo único.  O não cumprimento das condições estabelecidas neste artigo implicará a impossibilidade de ingresso do torcedor ao recinto esportivo, ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do recinto, sem prejuízo de outras sanções administrativas, civis ou penais eventualmente cabíveis” (grifos nossos).

Isto porque, com base no artigo 50 da Lei n 9.615/1998[2], bem como no artigo 24 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD)[5], os órgãos da Justiça Desportiva têm competência em todas as matérias referentes às competições esportivas da respectiva modalidade e, ainda que com menor abrangência, vêm desempenhando o papel de fiscalizar/punir determinadas condutas do torcedor, através de sanções aos clubes, por exemplo, com perdas de mando de campo, dentre outros[3].

Em face da nova redação da lei, a fiscalização/punição se intensificará, vez que os órgãos judicantes, antes limitados às disposições apenas do CBJD, agora se encontram respaldados pelos dispositivos constantes do Estatuto do Torcedor, podendo assim, sem prejuízo de demais medidas, até mesmo proibir a presença de determinados torcedores ou determinada torcida organizada em eventos esportivos, nos casos de tumulto, ou mesmo, de incitação à violência (art. 39-A do Estatuto do Torcedor)[4].

Portanto, em casos de inércia do poder público, das confederações, federações, ligas, clubes, os Órgãos da Justiça Desportiva não só podem, como devem, tomar medidas de enérgicas a coibir e erradicar a violência nas praças esportivas, defendendo os anseios não só daqueles que, verdadeiramente, têm paixão pelo desporto, mas, também, de toda a sociedade.

A velha máxima “a todo o direito corresponde uma ação, que o assegura”[5], não ficaria completa sem a outra face: a toda obrigação corresponde odireito de cumpri-la.

Dessarte, se a Justiça Desportiva (STJD e TJDs) tem a obrigação da “prevenção da violência”, tem em contrapartida o direito de satisfazê-la, o interesse em satisfazê-la, a ação para satisfazê-la; a ação para defender o exercício de seumunus e de suas prerrogativas legais  e, por óbvio, jurisdição e competência para fazê-lo.

Demais disso, antes mesmo das alterações advindas da Lei 12.229/2010, o CBJD já continha previsão expressa que sujeitava os torcedores ao controle direto da Justiça Desportiva, conforme previsto no artigo 243-G, parágrafo 2º, por exemplo.

De tudo decorre ter o Superior Tribunal de Justiça Desportiva e os Tribunais de Justiça Desportiva das federações estaduais direito e ação, interesse, legitimidade, jurisdição e competência para adoção das providências necessárias à “prevenção da violência”.

Constatada a competência dos Tribunais de Justiça Desportiva para processar e julgar as torcidas organizadas e seus integrantes, vale a analisar, brevemente, o dispositivo que contempla as condutas mais corriqueiras, propícios à atuação da Justiça Desportiva legais.

No caso, especial destaque merece o artigo 13-A incluído ao Estatuto do Torcedor por força da Lei 12.299 de 27/07/2010, verbis:

Art. 13-A.  São condições de acesso e permanência do torcedor no recinto esportivo, sem prejuízo de outras condições previstas em lei: [...]

IV - não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais commensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo;[...]

VII - não portar ou utilizar fogos de artifício ou quaisquer outros engenhos pirotécnicos ou produtores de efeitos análogos;

VIII - não incitar e não praticar atos de violência no estádio, qualquer que seja a sua natureza; e [...]

Parágrafo único.  O não cumprimento das condições estabelecidas neste artigo implicará a impossibilidade de ingresso do torcedor ao recinto esportivo, ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do recinto, sem prejuízo de outrassanções administrativas, civis ou penais eventualmente cabíveis (grifos nossos).

O citado dispositivo legal, com boa razão, estabelece condições mínimas ao ingresso e permanência do torcedor no local destinado à realização do evento desportivo, em rol que contempla expressamente quase todas as condutas vedadas.

As hipóteses acima destacadas constituem tipos infracionais comumente praticados pelas torcidas organizadas e seus integrantes, sabido que a maior parte dos cânticos entoados nos estádios contém “mensagens ofensivas” e incitantes da violência.

O torcedor que violar o disposto no artigo 13-A não poderá ingressar no estádio ou, caso já tenha ingressado, será obrigado a retirar-se “imediatamente” do local, “sem prejuízo de outras sanções administrativas”, ou seja: sem prejuízo de ser julgado, caso incorra na prática de infração capitulada no CBJD, pela Justiça Desportiva.

Além das hipóteses elencadas no artigo 13-A do Estatuto do Torcedor, podemos citar, também, o disposto no artigo 243-G, parágrafo 2º, do CBJD, o qual contempla a hipótese de discriminação racional, religiosa, sexual, dentre outras,verbis:

Art. 243-G. Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

PENA: suspensão de cinco a dez partidas, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de cento e vinte a trezentos e sessenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código, além de multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais). [...]

§ 2º A pena de multa prevista neste artigo poderá ser aplicada à entidade de prática desportiva cuja torcida praticar os atos discriminatórios nele tipificados, e os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de setecentos e vinte dias.

§ 3º Quando a infração for considerada de extrema gravidade, o órgão judicante poderá aplicar as penas dos incisos V, VII e XI do art. 170 (grifos nossos).

É certo, porém, que ao efetivo cumprimento da lei e da ordem e, ainda, para que as decisões da Justiça Desportiva não se tornem inócuas, haverá necessidade de cooperação entre os órgãos da Justiça Desportiva, Entidades de Administração e Prática Desportiva e o Poder Público, este especialmente mediante atuação da Polícia Militar e do Ministério Público.

Isso, na medida em que as penas de proibição de ingresso nos locais destinados aos eventos esportivos, como, por exemplo, a capitulada no artigo 39-A do Estatuto do Torcedor6, embora de fácil aplicação pela Justiça Desportiva, é de difícil execução. Quando nos referimentos a execução, falamos da fiscalização do cumprimento da pena, o qual demandará atuação conjunta dos entes acima mencionados.

Conclui-se, portanto, que alterações introduzidas ao Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003) pela Lei 12.229/2010, ampliaram a competência da Justiça Desportiva em relação aos torcedores, a qual, tendo obrigação de prevenir a violência, tem, em contrapartida, direito potestativo de cumprir e fazer cumprir sua obrigação legal.


[1] PIMENTA, CARLOS ALBERTO MÁXIMO. Violência entre torcidas organizadas de futebol. Disponível em Scientific Electronic Library Online :www.scielo.br/pdf/spp/v14n2/9795.pdf. Acesso em 10 de janeiro de 2011.

[2] Art. 50. A organização, o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva, limitadas ao processo e julgamento das infrações disciplinares e às competições desportivas, serão definidas em códigos desportivos, facultando-se às ligas constituir seus próprios órgãos judicantes desportivos, com atuação restrita às suas competições.

[3] Art. 24. Os órgãos da Justiça Desportiva, nos limites da jurisdição territorial de cada entidade de administração do desporto e da respectiva modalidade, têm competência para processar e julgar matérias referentes às competições desportivas disputadas e às infrações disciplinares cometidas pelas pessoas naturais ou jurídicas mencionadas no art. 1,º, §1.º

[4] Art. 205. Impedir o prosseguimento de partida, prova ou equivalente que estiver disputando, por insuficiência numérica intencional de seus atletas ou por qualquer outra forma. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).

PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), e perda dos pontos em disputa a favor do adversário, na forma do regulamento.

§ 1º A entidade de prática desportiva fica sujeita às penas deste artigo se a suspensão da partida tiver sido comprovadamente causada ou provocada por sua torcida. [...].

Art. 213. Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir:

I - desordens em sua praça de desporto;

II - invasão do campo ou local da disputa do evento desportivo;

III - lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo.

PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais). [...]

§ 2º Caso a desordem, invasão ou lançamento de objeto seja feito pela torcida da entidade adversária, tanto a entidade mandante como a entidade adversária serão puníveis, mas somente quando comprovado que também contribuíram para o fato. [...]

[5] Art. 39-A.  A torcida organizada que, em evento esportivo, promover tumulto; praticar ou incitar a violência; ou invadir local restrito aos competidores, árbitros, fiscais, dirigentes, organizadores ou jornalistas será impedida, assim como seus associados ou membros, de comparecer a eventos esportivos pelo prazo de até 3 (três) anos

[6] (CCB/1916, art. 75)

   * LEONARDO DE CARVALHO BARBOSA é advogado, vice-presidente do Instituto Mineiro de Direito Desportivo (IMDD), membro da Comissão de Direito Desportivo da OAB-MG e auditor do TJD/MG.                                                                                                                                                                        * SILVIO AUGUSTO TARABAL COUTINHO é presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol de Minas Gerais; membro do Conselho Consultivo do Instituto Mineiro de Direito Desportivo e membro do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo.

Fonte: Consultor Jurídico

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domingo, 16 de janeiro de 2011

Jogos entre seleções femininas teve aumento de 67% em 2010

O efeito da Copa do Mundo Feminina da FIFA Alemanha 2011 já se fez sentir no ano passado. No total, 512 jogos entre selecionados de mulheres foram disputados em 2010 — um recorde histórico, já que em 2009 foram 307 partidas. Mais da metade dessas partidas fez parte das eliminatórias para o Mundial, que acontece entre os próximos meses de junho e julho.

Porém, se o futebol feminino nunca tinha visto tantas partidas entre seleções em 12 meses, houve uma pequena queda no número de jogos masculinos, já que apenas 808 confrontos foram disputados no ano da África do Sul 2010. Desse total, 511 foram amistosos preparatórios para o Mundial. Mais de 25% dos encontros envolveram selecionados de continentes diferentes, o que ressalta o caráter global do futebol.

Das 208 federações associadas à FIFA, 185 foram representadas pelas suas seleções masculinas em ao menos uma partida internacional, enquanto 141 viram pelo menos uma vez os seus selecionados femininos em ação — outro recorde da modalidade. Assim, às vésperas da Copa do Mundo Feminina da FIFA na Alemanha, o futebol de mulheres parece ter dado mais um grande passo.

O Kuwait foi a seleção masculina que mais jogos disputou: 23. No feminino, o selecionado mais ativo foi a China, com 22 partidas. Na média, cada país entrou em campo 8,7 vezes entre os homens, número bastante inferior a 2009. Já entre as mulheres, a média subiu um pouco: foram 7,3 confrontos por federação.

Como era de se esperar, a África do Sul 2010 teve grande impacto no Ranking Mundial da FIFA/Coca-Cola. As partidas que mais renderam pontos foram a vitória da Suíça sobre a Espanha, na primeira fase, e o triunfo da Holanda sobre o Brasil, nas quartas de final. No futebol feminino, a goleada dos EUA por 4 a 0 sobre a Alemanha, em um amistoso, valeu a maior pontuação.

Jogos Femininos:
2009: 307
2010: 512
Jogos Masculinos:
2009: 846
2010: 808

Fonte: FIFA

Santos é Campeão após vencer Foz Cataratas de virada na Final

Por Futebol Feminino Profissional

Equipe de Marta vence o Foz Cataratas Caixa por 3 a 2 em jogo eletrizante. Palmeiras ficou em terceiro

Araraquara (SP) - O Santos venceu o Foz Cataratas Caixa por 3 a 2, na tarde deste sábado, no estádio Arena da Fonte, em Araraquara (SP), e sagrou-se campeão do Torneio Internacional Interclubes de Futebol Feminino. Os gols do título foram marcados por Angélica, Maurine e Thaís. Gabi e Dai anotaram para a equipe paranaense. O Palmeiras, que derrotou por 3 a 1 o Umea, da Suécia, na preliminar, garantiu a terceira colocação.

O Foz Cataratas tomou a iniciativa no início do primeiro tempo, neutralizando a atacante Marta, do Santos, com a marcação cerrada de três defensoras, e soube partir em velocidade para o ataque em busca do gol de abertura. A estratégia deu certo e, aos 6 minutos, Gabi fez um belo gol ao acertar um chute da intermediária, que passou sobre a goleira Andréia Suntaque.

O time paranaense se manteve superior até a árbitra Katiucia da Mota Lima expulsar Leti, aos 24 minutos. Com superioridade numérica em campo e atrás no placar, o Santos foi para cima do Foz Cataratas e conseguiu o empate aos 33 minutos, em golaço de Angélia. Como Gabi, ela também acertou um lindo chute da intermediária e encobriu a goleira Vivi.

O segundo tempo começou eletrizante, com as duas equipes perdendo chances de gols e as goleiras Vivi e Andréia Suntaque fazendo grandes defesas. O Foz Cataratas virou a contagem, aos 12 minutos, quando Gabi puxou rápido contra-ataque ao se livrar de duas adversárias e tocou para Dai. A atacante chutou e ainda contou com um desvio de Esther para tirar a goleira santista da jogada e desempatar.

Como o resultado não servia. O Foz Cataratas foi para cima do Santos. Tanto que a igualdade voltou ao placar, aos 18 minutos, com a polivalente Maurine. Ela arriscou chute da lateral direita e contou com a ajuda da goleira Vivi. Mal posicionada, ela não chegou a tempo de impedir o gol de empate. A vitória da equipe comandada por Gustavo Feliciano veio aos 39 minutos.

A meia Thais aproveitou rebote na área e só tocou para o fundo do gol para confirmar o título do Santos, que jogou pelo empate para levantar a taça, por ter feito a melhor campanha na primeira fase, em que derrotou Umea por 4 a 2, Palmeiras por 1 a 0 e empatou com o Foz Cataratas em 1 a 1. O time do Paraná, além da igualdade com o alvinegro e com o Palmeiras (1 a 1), derrotou a equipe sueca por 3 a 2.

Angélica, autora de um golaço para o Santos, afirmou que o título foi merecido porque as jogadoras passaram por um período forte de treinamento para a competição promovida pela Sport Promotion e tiveram de se superar durante as três rodadas da fase classificatória, em que terminaram na liderança, e também na decisão deste sábado. "Foi a recompensa pela luta e determinação que tivemos", disse a defensora santista.

Calor foi adversário - Para a atacante Maurine, autora de um dos gols da equipe santista, o maior adversário foi o forte calor. "A gente tinha consciência de que seria uma partida muito dura. O Foz Cataratas é uma grande equipe, mas conseguimos fazer os gols necessários para a conquista deste título. O calor estava muito forte, mas com garra e força de vontade superamos as dificuldades e vencemos", enfatizou a ala do Santos.

A capitã do Santos, Marta, embora não tenha feito seu gol ficou muito contente com o resultado. "Este título é muito especial. Porque lutei muito tempo para ficar este período aqui no Santos. Foi uma semana ótima, apesar da maratona da viagem para a Suíça. Tenho poucas oportunidades de jogar no Brasil e por isso tento aproveitar ao máximo quando isso acontece", garantiu Marta.

O técnico do Santos, Gustavo Feliciano, analisou a partida que deu o título ao seu time. "Começamos a partida com certa dificuldade, errando muitos passes no meio de campo e tomamos o primeiro gol. Depois o nosso time conseguiu se acertar em campo e, após a expulsão da atleta do Foz, começamos a pressionar. No segundo tempo, logo no início, o Foz encaixou um contra-ataque e conseguiu ampliar o placar novamente. Não nos abatemos e a Angélica acertou um belo chute de fora da área, empatando novamente. No final conseguimos fazer o terceiro gol, o que nos deu tranquilidade", explicou o treinador santista.

Ele ainda destacou o empenho das atletas. "Essa vitória teve um gosto especial, já que nos últimos três jogos não conseguimos vencê-las. As partidas contra o Foz são muito equilibradas, mas conseguimos quebrar esse tabu justo na final. Estou muito feliz com o título e o empenho das atletas", comemorou Gustavo.

Foz ficou feliz com o vice-campeonato - Gabi, que marcou um dos gols e deu assistência para o segundo do Foz Cataratas, declarou que a segunda colocação acabou sendo um prêmio para a equipe do Paraná, já que é formada em sua maioria por atletas das categorias de base do futebol feminino nacional. "Nós sabíamos das dificuldades que iríamos encontrar nesta partida, justamente pelo fato de o time do Santos estar jogando há muito tempo junto. A expulsão no começo da partida nos atrapalhou um pouco, assim como o forte calor, mas está todo mundo de parabéns", salientou a camisa 10 do Foz.

O técnico paranaense Gezi Gonçalves saiu feliz com seu time. "Mesmo com a expulsão no primeiro tempo, nosso time este impecável. Estivemos na frente duas vezes e merecíamos uma sorte melhor. A gente sai de cabeça erguida deste torneio, que teve um resultado espetacular", resumiu.

Assim como no jogo preliminar, as jogadoras do Santos e Foz entraram com uma faixa em solidariedade às vítimas das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro.
Musas do Torneio - O Torneio Internacional de Futebol Feminino elegeu oito musas entre as jogadoras das quatro equipes. Dois portais fizeram uma eleição junto a seus internautas. O Araraquara.com elegeu a palmeirense Andréia como a musa da competição, enquanto os internautas do UOL preferiram a santista Maurine, vencedora com 25,30% dos 31.300 votos.

Ficha Técnica
Data: 15/1/2011
Local: Arena da Fonte, em Araraquara (SP)

Santos 3 - 77- Andreia Suntaque; 18 - Janaina , 22 - Angélica e 23- Carol Arruda (7- Pikena); 99 - Maurine, 3- Dani, 4- Joice (21- Raquel), 15 - Ester e 40- Thais; 10 - Marta (capitã) e 9 - Suzana (35- Bia).
Técnico: Gustavo Feliciano

Foz Cataratas Caixa 2 - 1- Vivi; 2 - Paulinha, 3- Marina (capitã), 4- Rafinha (13- Kemily) e 6 - Leti; 5- Tayla, 7- Isa (17- Gi), 8- May, 10- Gabi e 11- Dai; 9 - Debinha (15- Fernanda).
Técnico: Gezi Gonçalves

Gols - Angélica (33 m 1º T), Maurine (18 m 2º T) e Thais (39 m 2º T¨) para o Santos e Gabi (6 m 1º T) e Daí (12 m 2º T) para o Foz Cataratas Caixa.
Cartões amarelos - Leti e Marina(Foz Cataratas Caixa)
Cartão vermelho Letí e Dani
Árbitra : Katiucia da Mota Lima
Assistentes : Renata Ruel e Karine del Bianco Silva
Renda 17.382,00
Público 2.978

Classificação
1- Santos
2- Foz Cataratas Caixa
3- Palmeiras
4- Umea (Suécia)

Resultados
Foz Cataratas Caixa 1 x 1 Palmeiras
Santos 4 x 2 Umea
Santos 1 x 0 Palmeiras
Umea 2 x 3 Foz Cataratas Caixa
Umea 1 x 3 Palmeiras
Santos 1 x 1 Foz Cataratas Caixa
Disputa do 3º lugar - Palmeiras 3 x 1 Umea
Decisão do título - Santos 3 x 2 Foz

Artilheiras:
- Gabi (Foz), Nildinha (Palmeiras) e Hanna Pettersson (Umea) - 3
- Marta, Maurine e Suzana (Santos), Debinha e, Bárbara - 2 gols
-,Bia e Angélica (Santos), Rosana e Formiga (Palmeiras), Sofia Jakobsson, Ogonna Chukwudi e Linda Molin (Umea), Gi e Dai (Foz Cataratas Caixa) - 1 gol

O Torneio Internacional Interclubes de Futebol Feminino foi organizado pela Sport Promotion, com apoio do Grupo Bandeirantes de Comunicação, da Federação Paulista de Futebol e da Confederação Brasileira de Futebol. O patrocínio foi da Bombril.

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Bombril quer focar mulheres em ações com esporte

QUEM É MARCOS SCALDELAI

Marcos Scaldelai ocupa atualmente o cargo de diretor de marketing da Bombril, posto que assumiu em dezembro de 2009. Antes chegar à sua atual função, dirigiu o marketing da Bertin S/A e foi gerente da mesma área na General Mills. O diretor foi formado em propaganda e marketing pela faculdade ESPM. Após formado, também trabalhou no Instituto de Pesquisa de Mercado Nielsen.

EDUARDO LOPES
Da Máquina do Esporte

Torneio Internacional Cidade de São Paulo e Torneio Internacional de Clubes. Mídia na Copa do Mundo Fifa de Futebol Feminino. Manga do uniforme do time de futebol feminino do Palmeiras. A Bombril começou 2010 apostando no esporte mais popular do país, mas sempre com as mulheres em primeiro plano.

 

Nessas datas, de férias na temporada brasileira de futebol masculino, poder-se-ia entender que a Bombril estava apenas aproveitando a maior visibilidade dos torneios entre mulheres neste momento. Quem imaginou essa linha, enganou-se: a repetição não é uma mera coincidência e deverá ser constante durante os próximos anos.

 

Marcos Scaldelai, diretor de marketing da empresa, é o nome por trás dessa mudança de postura que a comunicação da Bombril adotou. “O que muda neste ano é o foco com evento ligado à mulher, o que se alinha com a nova estratégia da empresa”, afirmou.

 

Essa nova estratégia está na maior comunicação e contato com o público feminino, que às vezes se distanciava dos investimentos feitos pela empresa no marketing esportivo. Em 2010, por exemplo, a Bombril deu suporte ao São Paulo, por espaço na camisa do clube. Apesar de admitir a alta exposição, a estratégia não conseguia atingir o público mais importante para a marca.

 

Em 2011, a Bombril declarou que aumentará cada vez mais o interesse em eventos ligados à mulher. Com o futebol feminino, a marca pode ser identificada junto com Marta, Cristiane e Cia., expondo sua força entre esse público. A imagem que deve ser passada Scaldelai resume em uma única frase: “Queremos mostrar que a Bombril mudou como a mulher mudou”.

 

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:

 

Máquina do Esporte: Por que a empresa tem focado no futebol feminino recentemente? Isso se deve ao calendário ou essa será a diretriz do marketing no esporte da Bombril?

Marcos Scaldelai: Porque a Bombril resolveu mudar a sua estratégia. Neste ano, nosso marketing sofrerá uma mudança grande na comunicação, com a ideia de fazer uma maior aproximação com a mulher. Vamos fazer investimentos grandes em mídia, sempre com o foco de uma aproximação mais forte com a mulher. Com isso, resolvemos apoiar todo evento que tenha relação com o público feminino, inclusive no esporte.

 

ME: Qual é a diferença entre patrocinar um campeonato de seleções e um de clubes? Como fazer marketing com os campeonatos locais, ainda pouco desenvolvidos?

MS: A diferença principal é a visibilidade. Mas, para a gente, o investimento foi um todo, um caminho que contempla esse dois momentos. Isso inclui os dois campeonatos e mais a Copa do Mundo de futebol feminino.

 

ME: E o Palmeiras? Por que patrocinar campeonatos e um único clube?

MS: O Palmeiras foi uma oportunidade que surgiu e nós aproveitamos, mas que continua inserido na estratégia com o público feminino. Mas ele não deve ser o único. Caso surjam mais possibilidades, devemos patrocinar outros clubes também.

 

ME: Além da exposição da marca, como a Bombril tem ativado seus patrocínios no esporte, em especial aos realizados no futebol feminino?

MS: É um casamento, que inclui a meta de aproximação com as mulheres e a exposição. Nosso trabalho é fazer com que haja essa associação, com os eventos que patrocinamos e as mulheres.

 

ME: Como deverão ser os investimentos da marca no esporte em 2011?

MS: Nosso investimento total em marketing é de 70 milhões. Desse total, parte é destinada a eventos, precisamente 15% do valor. Em eventos, nós contamos com os patrocínios a eventos esportivos. O que muda neste ano é o foco com evento ligado à mulher, o que se alinha com a nova estratégia da empresa. Nós traçamos como objetivo focar uma forma diferente de comunicação com a mulher. Queremos mostrar que a Bombril mudou como a mulher mudou.

 

ME: No futebol masculino, a Bombril já esteve com clubes como São Paulo e Santos. Como a Bombril enxergou esses investimentos?

MS: Lógico que qualquer participação tem visibilidade muito grande, mas essa não será mais a prioridade, por não se tratar do público feminino. Ainda assim, estaremos atentos a novas oportunidades.

 

ME: Como empresa que esteve presente nos últimos anos, a Bombril vê o mercado de marketing esportivo excessivamente inflacionado atualmente?

MS: É um mercado que vem crescendo bastante nos últimos anos, mas precisamos relacioná-lo com um retorno muito grande. Ele exige um investimento pesado, mas seu retorno é igualmente grande.     

 

ME: Por que vocês não ficaram no São Paulo, mesmo após sinalizarem com essa intenção?

MS: Tudo isso faz parte das novas estratégias da empresa. Temos uma mudança de foco, de preferência. Queremos uma mudança de imagem com aproximação do público feminino.

 

ME: A empresa pretende aproveitar de alguma maneira o fato de que o Brasil receberá a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos nos próximos anos? Isso interfere em investimentos para o marketing esportivo?

MS: Sim, sim. Nós temos pensado nessas oportunidades e como agir durante esses eventos. Mas nós ainda estamos em fase de construir uma estratégia, sem nenhuma definição.

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Serviço: Nova carteira de identidade: sai ou não?

Conheça a nova carteira de identidade brasileira

Posted: 13 Jan 2011 02:00 AM PST

 

Em Agosto de 2008, falei aqui sobre a RIC (Registro de Identidade Civil) e para minha surpresa, parece que o que era apenas um sonho irá se tornar realidade no decorrer deste ano, apesar dos 2 anos de atraso, já que a previsão era até o final de 2009.

 

Conforme escrevi em 2008:

 

A RIC terá o número do RG, CPF, Título de Eleitor e conterá um chip com informações sobre tipo sangüíneo, cor da pele, altura, peso e diversos itens de segurança tais como: dispositivo anti-scanner, imagens ocultas, palavras impressas com tinta invisível, fotografia e impressão digital a laser e ainda a possibilidade de armazenar informações trabalhistas, previdenciárias e criminais.

 

Só acreditarei na implementação plena da RIC depois que tiver a minha em mãos…

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Diretoria de Competições abre inscrições para o Campeonato Feminino

Equipe do Caucaia comemorando o bicampeonato cearense 2008/9. A atual campeã é o Fortaleza  

(Arquivo: Benê Lima)

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A Diretoria de Competições da FCF abre, a partir de hoje até o dia 28 deste mês, as inscrições para o Campeonato Cearense de Futebol Feminino 2011.

O clube filiado que tiver interesse de participar da 4ª edição do campeonato, deverá fazer a inscrição através dos e-mails corporativos:

competicoes@futebolcearense.com.br, operacional@futebolcearense.com.br ou enviando ofício protocolado à Federação.

Depois de encerrado o período de inscrição, nenhum clube poderá tomar parte da competição, ou desistir dela, sob pena de abandono do campeonato.

Lembramos que para participação de atletas no campeonato, será exigida a inscrição no BID-e da CBF, portanto esta competição não aceitará inscrições de clubes não filiados.

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Futebol Feminino: Guarani decide suspender atividades do time principal

“São 15 anos e 299 troféus”

A categoria amadora mais vitoriosa da história do Guarani está com suas atividades suspensas. Após 15 anos e 299 troféus conquistados, o futebol feminino do Bugre não terá força máxima em 2011, justamente no ano do seu centenário. Apenas o sub 15 e o sub 13 podem continuar na ativa, mas isso ainda não foi definido. Já as meninas mais velhas devem ir para o Bonfim.

Com a falta de estrutura e sem apoio da diretoria, o coordenador Fernando Pereira resolveu se “aposentar” no fim de 2010, quando se despediu do grupo de 45 meninas. Nos últimos dois anos, uma parceria com a Amigos Desportistas de Campinas — Associados (ADCA), entidade formada por bugrinos, permitiu um patrocínio do Fundo de Investimentos Esportivos de Campinas (Fiec ). “Porém, na última sextafeira, o prazo para apresentação de projetos para 2011 venceu e nada foi feito”, lamenta Pereira. Segundo ele, o clube também perdeu o prazo para inscrição da categoria sub 15 na Taça Brasil de 2011, competição vencida pelo Bugre em 2007, e foi substituído pela Portuguesa de Desportos, que será o representante paulista.

Idealizador do futsal e futebol feminino no Guarani em 1991, Pereira trabalhou por uma década e meia sem receber um centavo do clube. Pelo contrário. Em muitas oportunidades, tirou dinheiro do próprio bolso para custear as despesas da categoria. “Não é qualquer um que trabalha mais de 20 anos de graça. É preciso gostar muito do que faz e do clube para inúmeras vezes meter a mão no próprio bolso e sequer ser chamado para as reuniões da vice-presidência de esportes, como se a modalidade não existisse no clube”, desabafa.

A falta de estrutura é o principal motivo para a saída do dirigente. Apesar de elevar o nome do Bugre, o futebol feminino não recebia apoio. O caso da jogadora Naiara, de 18 anos, é um exemplo. Ela rompeu os ligamentos cruzados, em junho, nas finais dos Jogos da Juventude e “só conseguiu ser operada em novembro e foi pelo médico de Neverland, Roberto Nishimura. Não há seguro saúde”, observa o ex-dirigente.

Pereira classifica o período que atuou no futebol feminino como um misto de alegria e tristeza. “Nós não existimos dentro do clube. Mas valeu pelas meninas que conseguiram melhorar de vida. Muitas que não conseguiriam fazer faculdade aqui, foram para o Exterior, fizeram mestrado e trabalham em multinacionais. Conseguimos através do esporte formar pessoas. Isso não tem dinheiro que pague.”

O site do clube afirma que as atividades estão suspensas e a assessoria de imprensa pediu até hoje para dar um parecer sobre o assunto. Sidney Araújo e o professor Elvis, dois colaboradores da categoria, tentam manter o sub 15 e o sub 13 junto à diretoria.

Fonte: Correio Popular

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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Alerj cria lei que obriga Futebol Feminino em preliminares

Quando for reaberto, provavelmente em janeiro de 2013, o Maracanã ganhará toques femininos. Não devido à nova decoração do estádio, mas graças à lei aprovada nesta sexta-feira (7) pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). 

A medida, proposta conjuntamente pelos deputados Jorge Picciani e Paulo Melo, ambos do PMDB, obriga que qualquer partida semifinal ou final que seja disputada no Maracanã, tenha como preliminar um jogo envolvendo equipes femininas. 

O objetivo, segundo Picciani, é incentivar a disputa da modalidade entre as mulheres no Brasil. A lei 5.861/11 foi publicada no Diário Oficial do Executivo nesta sexta-feira e só vale para competições estaduais que forem disputadas no estádio. 

O nosso futebol feminino já tem destaque internacional, em grande parte por conta do enorme talento de jogadoras como a Marta, eleita a melhor do mundo por mais de uma vez. Medidas como a aprovada hoje propiciam o fortalecimento dos times femininos e, consequentemente, o surgimento de novos talentos. 

Caso não ocorra uma preliminar feminina nos casos citados na lei, os clubes participantes poderão ser multados em 5% da renda obtida na partida. Essa verba será revertida à Secretaria de Estado de Esporte e Lazer e obrigatoriamente precisa ser empregada no desenvolvimento da modalidade. 

Contudo, a lei não obriga que a preliminar seja disputada por equipes femininas dos times masculinos que estarão participando do jogo principal no Maracanã. Por sinal, o futebol entre mulheres no Rio de Janeiro tem pouca tradição e competições esvaziadas. 

De qualquer forma, a lei só deverá passar a valer em 2013. Isso porque o Maracanã passa por reforma que visa a melhorias para a Copa do Mundo de 2014 e só deverá estar pronto em dezembro de 2012. 
Fonte: Futebol Feminino Profissional
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Futebol Feminino: Técnica alemã é eleita a melhor do mundo

Silvia Neid é eleita a melhor treinadora do mundo
 
Neid: "Não acreditava que receberia o troféu". O prêmio de Técnico do Ano da FIFA foi entregue pela primeira vez durante a cerimônia de gala da Bola de Ouro FIFA. Na categoria futebol feminino, três mulheres estavam na disputa. Ao lado da vencedora, Silvia Neid (seleção alemã), as outras nomeadas foram Maren Meinert (seleção alemã sub-20) e Pia Sundhage (seleção americana). 

Neid iniciou a sua carreira no futebol como jogadora há muitos anos e causou sensação com a camisa da Alemanha. Depois disso, ela também teve sucesso como coordenadora técnica da ex-treinadora Tina Theune e, finalmente, se tornou a sua sucessora. Neid está no comando da Nationalelf desde 2005 e conduziu as alemãs ao bicampeonato mundial na Copa do Mundo Feminina da FIFA China 2007. 

Logo após a entrega do prêmio em Zurique, Neid concedeu uma entrevista exclusiva ao FIFA.com, comentando sobre o que significou para ela vencer a votação. 

Neid, você acabou de ser eleita a Técnica do Ano da FIFA. Como você se sente?
Estou realmente muito contente com isso e não estava acreditando que receberia o troféu hoje. Não pude fazer muita coisa em 2010. Não disputamos nenhum torneio. Foram apenas nove jogos com a seleção, dos quais perdemos dois e vencemos sete. Por esse motivo, eu achava que a Maren Meinert receberia o prêmio, já que ela foi campeã do Mundial Feminino Sub-20. Mas eu é que acabei ganhando e estou incrivelmente feliz. Talvez tenham me escolhido por causa dos resultados dos últimos anos, porque se considerarmos apenas o ano de 2010, eu não teria merecido. 

Você diria que este é um dos maiores momentos da sua carreira até o momento?
Eu não diria um dos maiores momentos, mas é um prêmio muito importante. Para mim, um grande momento é sempre uma conquista com a minha equipe. É algo que nunca se pode ganhar sozinha. Sempre é preciso o apoio das jogadoras, da federação, da comissão técnica e também de outras pessoas. Dessa forma, é possível produzir um trabalho melhor. Como treinadora, é necessário ter sucesso sempre. E para isso é preciso muito mais do que apenas um bom treinador. 

O ano começou bem. Você acredita que isso pode ser um bom presságio para o resto de 2011? 
Acredito que isso não tem nada a ver. A Birgit Prinz disse há alguns dias em uma entrevista que eu só poderia merecer esse troféu em 2011. Não há dúvidas de que ela está certa. Vou levar o troféu e colocá-lo em um lugar de destaque na minha casa. Mas sei que essa taça não vai me ajudar na Copa do Mundo do meio do ano que será disputada no meu país. Para vencer, vai ser necessário trabalhar muito, estar concentrada, ter entusiasmo e encarar o que vier pela frente. 

O que você acha das suas duas "adversárias", Maren Meinert e Pia Sundhage? 
A Pia Sundhage já comandou diversos países. Ela já superou muitos desafios. Na minha visão, a Pia Sundhage é uma mulher que vive pelo futebol. E ela não apenas vive por ele, mas o ama e isso é perceptível nela. Nós três também fomos jogadoras de futebol. E acredito que isso faz com que sejamos parecidas como treinadoras. Eu, por exemplo, amo jogadoras habilidosas, assim como a Maren. Nós duas jogamos no meio de campo e, como técnicas, procuramos aplicar o estilo de jogo que nos agrada. A Maren Meinert e eu trabalhamos em parceria. Sempre posso confiar cegamente nela. Isso é algo excelente. Ela sempre tem boas ideias e também costumo ter conversas maravilhosos com ela. Isso faz com que você se desenvolva ainda mais. 

Quais pessoas mais a influenciaram e apoiaram no seu caminho para o sucesso? Você gostaria de agradecer alguém? 
Existem muitas pessoas e é até difícil escolher apenas algumas. Joguei futebol numa época em que o futebol feminino era tudo menos popular e foi necessário ter muitas batalhas por esse esporte. Os meus pais nunca tiveram nada contra e sempre me apoiaram. Além disso, o técnico Gerd Neuser, do meu antigo clube TSV Siegen, tornou possível que eu treinasse muito, trabalhasse pouco e, ainda assim, ganhasse dinheiro. Também teve o Gero Bisanz. Foi com ele que ganhei uma maior compreensão tática. A Tina Theune foi outra que me ajudou muito. De certa forma, ela me colocou numa fria, mas por outro lado ela me ensinou muitas coisas. E não posso esquecer do presidente da Federação Alemã de Futebol, o Dr. Theo Zwanziger. Sem ele, eu nunca teria me tornado a treinadora da Alemanha. Quando a Tina se aposentou, eu não queria assumir o posto. Eu estava satisfeita com as minhas funções da época, queria cuidar das categorias de base. Mas o Zwanziger praticamente me convenceu a ser técnica da Nationalelf. "Precisamos de você e eu acredito plenamente em você", ele disse. Enfim, sei bem a quem tenho de agradecer. Se fosse possível, eu mandaria fazer miniaturas do troféu para cada pessoa que me ajudou. Mas acho que ficaria muito caro! (risos) 
Fonte: Futebol Feminino Profissional
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A importância do Centro de Excelência FIFA na avaliação, preparação e prevenção das atletas de futebol

A importância do Centro de Excelência FIFA na avaliação, preparação e prevenção das atletas de futebol

Lu Castro

Esta semana vou discorrer sobre a importância dos Centros de Excelência FIFA para os atletas do futebol. Como comentei em texto anterior, em visita ao Centro de Medicina Esportiva do IOT, certificado FIFA, o fisiologista Dr. Paulo Roberto Santos Silva informou que não receberam ainda atletas direcionados pela CBF ou por algum clube.O CME, por seu caráter científico e por ser celeiro dos melhores profissionais da área, está subaproveitado por quem deveria priorizar os cuidados com atletas de alto rendimento.

Vamos tomar como exemplo, o caso da atleta Renata Costa, bem au passant: Renata se lesionou na última partida da seleção brasileira no II Torneio Internacional Cidade de São Paulo. Renata ainda era atelta do Santos, mas há poucos dias, foi anunciado o seu desligamento do clube. Lesionada e sem clube, quem cuidará da atleta? 

A visão médica da FIFA em cuidar do seu principal patrimônio “o jogador de futebol” é digna de nota. Desde de 2005, a FIFA vem incentivando os paises que jogam futebol a criarem seus Centros de Excelência. Assim, por trás da criação de uma rede de Centros de Excelência de Medicina em Futebol em todo o mundo ela (FIFA) tem a garantia de que os jogadores e as jogadoras em todos os continentes saibam onde procurar especialistas em medicina do futebol. 

Os centros para serem aprovados precisam cumprir um exigente caderno de encargos, que ofereça geralmente o diagnóstico e tratamento de lesões, como a prevenção, avaliação de desempenho e orientação sobre como compensar o déficit corporal e a melhora nas estratégias de treinamento específico.“A filosofia da FIFA no desenvolvimento da medicina do futebol é destinada a aumentar o pool de pessoal treinado em Ciências do Desporto e da Medicina, através de programas educacionais e de assistência integral à saúde profissional para todos os jogadores em todos os níveis”, explica o fisiologista Paulo Roberto.

Recentemente, o Brasil e mais especificamente o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de medicina da USP foi coroado como o único Centro de Excelência da FIFA na América Latina. 

Em 2011, o futebol feminino do Brasil terá uma grande oportunidade de estrear o Centro, pois irá disputar a Copa do Mundo da FIFA na Alemanha. Nesse centro as nossas meninas  poderão começar a preparação pelas avaliações da saúde cardiorrespiratória (coração e pulmão), muscular, nutrição, exames laboratoriais, etc,  através de máquinas de última geração tecnológica.“O objetivo é garantir ao futebolista a segurança no atendimento médico adequado segundo as normas estabelecidas pela FIFA”, complementa o Dr. Paulo. 

Além disso, a FIFA incentiva a pesquisa como instrumento para o desenvolvimento e a luta contra o doping no futebol através da conscientização e controles realizados nas competições com o selo FIFA. Na copa do mundo da Alemanha em 2006, todos os médicos de seleções assinaram uma declaração afirmando seu apoio irrestrito à estratégia da FIFA de pré-avaliação abrangente e controles anti-doping tendo como objetivo maior o cuidado e a prevenção para os atletas. 

Naquela Copa todos os atletas foram rigorosamente investigados sobre seu histórico pessoal e familiar, passaram por um exame físico abrangente, incluindo um eletrocardiograma (que analisa se o coração tem problemas) e um ecocardiograma (que avalia o músculo do coração). "Em um momento em que o mundo todo olhava para a Copa do Mundo da FIFA na Alemanha em 2006, precisávamos mandar um sinal ao mundo de que a proteção dos atletas contra o perigo era nossa principal meta", disse o Dr. Michel D''Hooghe, médico e presidente da Comissão de Medicina Esportiva da FIFA. 

O Mundial da Alemanha bate à  porta, e a preocupação com a saúde de nossas jogadoras deve continuar. A estrutura do Centro de Excelência da FIFA no HC reúne um grupo de profissionais e equipamentos em condições de avaliar a nossa seleção brasileira de futebol feminino no mais elevado nível. 
Alo, CBF? 

Luciane de Castro colaboradora do portal Futebol Feminino Profissional
e mantém um blog pessoal "Medo e Delírio" com pensamentos do dia-a-dia. Você também pode segui-lá no twitter @Lu_dCastro

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Futebol Feminino: Lu Castro em abordagem sobre a história da modalidade

Pátria das Chuteiras: da Era Vargas à Era Dilma

Lu Castro - Publicado em 06/01/2011 16:01

Categoria: Esporte & Lazer
Contexto: Política, Economia & Negócios, Comportamento

 

A Era Vargas ficou marcada de muitas formas, uma delas foi o voto das mulheres, conquistado por Lei. Não sabemos ainda se haverá uma Era Dilma, mas se houver, ela começou hoje. Lu de Castro, que estréia como colunista em O Mundo dá Bola pra Mulher, volta ao tempo para mostrar leis brasileiras esdrúxulas que impediram a mulher, durante décadas, de fazer muitas coisas, inclusive jogar bola. O Mundo dá Bola pra Mulher abre as janelas para esta nova era.  

 

Ser mulher no Brasil nunca foi fácil. Mesmo em pleno século XXI, as mulheres enfrentam diferenças de tratamento e disparidade quando o assunto é salário, que espantaria os mais otimistas em relação às conquistas femininas no século XX.

 

A suposta fragilidade foi logo substituída pela voracidade com que as mulheres passaram a brigar por seus direitos e pelo que consideravam justo.

 

No campo de futebol a situação não era diferente. Adotado como esporte de “macho” por brasileiros, o futebol era assunto proibido para as moças na década de 1940. Muita água passou por debaixo da ponte até os dias de hoje, quando nossas meninas calçam suas chuteiras e entram em campo. Ainda em condições bem distintas quanto a salários e condições de trabalho, a mulher brasileira (assim como a sulamericana) busca seu espaço e a sua devida valorização.

 

Se na Era Vargas, a mulher conquistou o direito ao voto, o mesmo não se aplicou aos esportes, e algumas modalidades foram devidamente proibidas em leis apoiadas em “desculpas” biológicas no mínimo esdrúxulas.

 

O Decreto-Lei 3.199/41, em seu artigo 54 dizia o seguinte: “Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo para esse efeito o Conselho Nacional dos Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país…”

 

Em 1965, o CND – Conselho Nacional dos Desportos, proibiu às mulheres, a prática de algumas modalidades esportivas, dentre elas, o futebol de campo, de salão, de areia, pólo, halterofolismo e lutas. Os argumentos usados para defender tais proibições, eram as condições biológicas e fisiológicas das mulheres e as atividades liberadas, eram indicadas de acordo com essas informações.

 

Somente em 1979, o CND revogou a deliberação 7/65 e a substituiu pela 10/79, onde concedia às mulheres o direito de praticar as modalidades que lhes foram proibidas. O reconhecimento oficial, por parte do CND, só veio em 1983, mais exatamente no dia 25 de março.

 

O futebol feminino era um esporte, poderia ser praticado, mas com algumas mudanças, como a duração das partidas, que teriam 70 minutos, com 15 a 20 minutos de intervalo. O diâmetro da bola variaria de 62 a 66 centímetros e deveria pesar no máximo 390 gramas. As chuteiras deveriam ter travas metálicas ou pontiagudas e, pasmem, as jogadoras não poderiam trocar a camisa após os jogos.

 

Em vez de flores, a CBF dava a proibição de jogarem em campos oficiais


Assim, nem tudo eram flores para nossas jogadoras de futebol de campo, pois a CBF proibia a utilização dos estádios oficiais para os jogos das meninas. Qual a razão? Uma pergunta que ficou em aberto até que, hoje, este acinte não existe mais.

 

A advogada Zulaiê Cobra Ribeiro, paulistana, formada pela PUC/SP, foi uma das mulheres que comprou a briga pelo futebol feminino, tendo defendido a causa a pedido de Rose do Rio (a primeira técnica de futebol do Brasil) e vencido a CBF em última instância.

 

Roseli Cordeiro Filardo, nasceu em Curitiba e começou a jogar futebol aos 15 anos. Foi a que mais batalhou (e continua na lida) pelos direitos da mulher atleta, fazendo corpo a corpo com os homens responsáveis pelo futebol brasileiro. É presidente e fundadora da Associação de Futebol Feminino do Rio de Janeiro e é formada em Direito.

 

Em 2007, ainda apenas Secretário de Turismo, Esporte e Lazer, o atual Prefeito do Rio, hoje com todo o poder das Olimpíadas nas mãos, acenava com dribles que desafiavam qualquer entrave para o futuro próximo do futebol feminino, ou, na pior das hipóteses, da inserção do gênero no cenário esportivo:

 

 
Rio pode ter campeonato de futebol feminino em 2008
25/09/2007 - 15h26
Há grandes chances do Rio de Janeiro ganhar um campeonato de futebol feminino no ano que vem. A possibilidade foi acenada pelo secretário estadual de Turismo, Esporte e Lazer, Eduardo Paes, durante audiência pública realizada na última segunda-feira, 24/09, na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), sobre o tema "Futebol Feminino: Driblando os Desafios".
- Podemos amarrar isso com a Federação, porque existe uma possibilidade enorme de redução de custos. Esse campeonato poderia ser realizado em paralelo ao campeonato estadual masculino, com todos os jogos ocorrendo como preliminar no Maracanã, por exemplo. O custo seria nenhum – explica o secretário.
Para Roseli Cordeiro Filardo, ex-jogadora e presidente da Liga Brasileira de Futebol Feminino, conhecida como "Rose do Rio", um primeiro passo seria que os departamentos femininos tanto da CBF quanto da Federação, de fato, funcionassem. "Que tenham vida, que expressem a realidade e o respeito ao futebol feminino para a organização de calendários e competições de todas as faixas etárias", cobrou ela.
O secretário Eduardo Paes se comprometeu a cobrar da Federação uma definição sobre os representantes oficiais da modalidade no Rio.
Além de Paes, estiveram presentes a deputada estadual Inês Pandeló (PT), idealizadora da iniciativa, representantes do ministério dos Esportes e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, associações ligadas ao futebol feminino e diversas atletas.http://www.suderj.rj.gov.br/detalhe_noticia.asp?ident=29
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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Patrocínio: Bombril mantém aposta no feminino e apoia Palmeiras

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

O futebol feminino é, definitivamente, o novo foco da Bombril. Depois de ter investido R$ 5 milhões para patrocinar o Torneio Internacional Cidade de São Paulo e o Torneio Internacional de clubes e de ter comprado inserções publicitárias nos canais Band e Bandsports durante a exibição dos jogos, a empresa anunciou nesta quinta-feira uma nova investida no segmento. Trata-se de um acordo com o Palmeiras.

A equipe alviverde terá a marca da Bombril em seus uniformes durante a participação no Torneio Internacional. A competição acontecerá até o dia 15 de janeiro, em Araraquara, e a empresa não divulgou o investimento feito para selar esse acordo.

“O nosso maior desafio é alavancar o futebol feminino no Brasil. O Palmeiras é hoje uma das equipes mais competitivas da categoria e aposta no futebol feminino, assim como a Bombril”, disse Marcos Scaldelai, diretor de marketing da companhia.

Durante o torneio, a Bombril terá direito a exposição de marca em seis placas de publicidade estática ao redor do campo. Além do Palmeiras, o torneio é disputado por Santos, Foz Cataratas e Umea (Suécia).

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