Bolívia e Equador: a superação do futebol feminino
Acima, as guerreiras da Bolívia na porta do hotel da concentraçao em Sao Paulo.Na foto da direita, Marlene Ayala (primeira mulher a formar parte de um corpo técnico das seleçoes equatorianas) junto as lutadoras de Equador.
A cidade de São Paulo foi anfitriã do Sul Americano de futebol feminino Sub 17, com dez seleções participantes. Alguém se deu conta?
Na sua primeira viagem de avião as bolivianas deram uma aula de superação. Sem incentivos nem histórico esportivo, com sete pontos obtidos, a Bolívia esteve a um passo da classificação para as finais.
“Na Bolívia há só uma escola de futebol feminino e alguns torneios em bairros. Foi dificílimo juntar essa seleção. São meninas humildes de 13, 14 e 15 anos que estudam. A minha zagueira tem 14 anos! No Sul Americano tem muita garota de 17 anos. Essa diferença de idade traz riscos na saúde das atletas e intimidação das maiores com as menores” reclama Napoleón Cardozo Cortez, treinador experiente da Bolívia.
Contente pelo rendimento da sua seleção, ele comenta um fato curioso: “O clube Juventus de São Paulo vai contratar quatro jogadoras bolivianas para jogar no Brasil. Elas receberão estudos, hospedagem, ajuda social, tudo. Sinto-me gratamente surpreso!” diz Napoleón ao El Diego.
“Gostaria de assistir Sul americanos melhor supervisionados e em campos mais adequados. Sugiro intercâmbios de jogadoras por idades e categorias e capacitação para técnicos. Existe uma diferença abismal entre o Brasil e os outros países sul americanos, que estão mais nivelados. Imagino que para o Brasil não é motivador ganhar tão facilmente! Precisa-se de competência” opina o técnico após o exemplo da escandalosa superioridade do Santos na Primeira Taça Libertadores, e essa nova Taça conquistada pelo Brasil no Sul americano 2010.
“Gostaria de assistir Sul americanos melhor supervisionados e em campos mais adequados. Sugiro intercâmbios de jogadoras por idades e categorias e capacitação para técnicos. Existe uma diferença abismal entre o Brasil e os outros países sul americanos, que estão mais nivelados. Imagino que para o Brasil não é motivador ganhar tão facilmente! Precisa-se de competência” opina o técnico após o exemplo da escandalosa superioridade do Santos na Primeira Taça Libertadores, e essa nova Taça conquistada pelo Brasil no Sul americano 2010.
O Equador também deu uma aula de dignidade. Terminou como lanterna (perdeu os quatro jogos disputados, um deles por 15-0) mas os resultados não pesam na hora de avaliar objetivos e avanços.
A primeira mulher a formar parte de um corpo técnico das seleções equatorianas já é uma grande conquista. Há dois meses que Marlene Ayala trabalha como assistente técnica do time. “Na minha vida sempre perdi por muitos gols, mas hoje me sinto uma vencedora” diz ao El Diego.
"Foi nossa primeira apresentação internacional e a primeira vez que nossas jogadoras de escassos recursos viajam e recebem as comodidades de um hotel três estrelas”. Segundo ela, no Equador não existem escolinhas de futebol feminino. Os clubes não se importam. “Em Guayaquil só vinte colégios participam de um torneio e nos bairros haverá uns quinze times” informa Marlene, que deseja organizar em 2010 o primeiro torneio nacional em seu país.
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