quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Aline Pellegrino e seu pai emocionam presidente Ricardo Teixeira

Jogadora envia carta de agradecimento ao dirigente pelo apoio dado ao futebol feminino

CBF

A capitã da Seleção Brasileira Feminina, Aline Pellegrino, participou, no dia 12 de setembro, do lançamento da logomarca oficial da Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA Trinidad e Tobago 2010 representando o Brasil ao lado do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

Após o evento, Aline e seu pai, Francisco Antônio Pellegrino, fizeram questão de agradecer pessoalmente ao presidente Ricardo Teixeira por todo o apoio dado pela CBF à jogadora e ao futebol feminino - Aline sofreu uma grave lesão no ligamento cruzado do joelho direito em junho de 2008 e teve sua cirurgia e recuperação custeadas pela CBF.

- Presidente, tudo o que o senhor fez pela minha filha nenhum dirigente jamais fez por qualquer atleta no mundo - disse o emocionado Francisco ao presidente Ricardo Teixeira.

Aline foi operada no dia 26 de junho de 2008, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, pelo médico da Seleção Feminina, Dr. Marcelo Acherboim. A recuperação da atleta durou cinco meses e a tirou das Olimpíadas de Pequim 2008 - seria a segunda participação da jogadora em Olimpíadas.

Em dezembro de 2008, Aline enviou uma carta ao presidente Ricardo Teixeira agradecendo todo o apoio que recebeu da CBF na realização da cirurgia e no trabalho de recuperação, além da atenção que o presidente dá à Seleção Brasileira Feminina, em todas as suas divisões, dotando-as de estruturas semelhantes às das seleções masculinas, e ao desenvolvimento e organização do futebol feminino no país. Veja a carta na íntegra.

- É muito bom perceber que quando trabalhamos sério, em prol de uma causa, que é o futebol feminino, não só formamos seleções vencedoras, mas também formamos pessoas e modificamos vidas - disse o presidente Ricardo Teixeira.

Aline Pellegrino entrega uma camisa do autografada do time feminino do Santos ao presidente Ricardo Teixeira

Conheça a história da carreira de Aline Pellegrino

O interesse de Aline pelo futebol começou cedo. Aos 7 anos já completava o time de pelada do irmão nas ruas da Zona Norte de São Paulo, onde nasceu. Aos 12, entrou para a escolinha de futebol Horto Florestal, e aos 15 anos passou na peneira para a equipe de aspirantes do São Paulo.

Depois de seis meses como aspirante, a então atacante passou para a equipe adulta e conheceu algumas jogadoras de Seleção, como Tânia, Formiga e Maravilha.

Em um time com o ataque formado por Katia Cilene e Karen, ambas com passagens pela Seleção Feminina, Aline, então com 16 anos, foi recuada para a zaga.

- Com um ataque com aquela qualidade era difícil jogar. Foi a pedido do treinador que eu passei a jogar na zaga, mas eu não gostava.

Após um ano e meio no São Paulo e campeã do primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino de 1997, e do Torneio Rio-São Paulo daquele mesmo ano, Aline foi para o Juventus, onde ficou mais um ano, e tentou novamente jogar no ataque.

- Quando cheguei lá, voltei para o ataque, mas o técnico me colocou de novo na defesa. Fiquei muito triste naquela época e pensei em desistir do futebol, pois ainda era nova e podia fazer minha Faculdade e tentar outras coisas.

Aline não desistiu da Faculdade nem de jogar de zagueira. Foi para a UniSant'anna, na Zona Norte de São Paulo, onde se formou em Educação Física, e firmou-se como zagueira, em oito anos atuando no time adulto.

- Nessa época, comecei a gostar de jogar na zaga, e aprendi muito. Não tinha mais insegurança e aprendi a marcar na defesa, que é completamente diferente de jogar na frente.

Junto com a confiança para jogar na zaga, veio a primeira convocação para a Seleção Brasileira. Em 2004, foi chamada para a preparação para as Olimpíadas de Atenas, e não saiu mais. Foi para a Grécia, entrou em duas partidas, e voltou com a medalha de prata no peito. Em 2006, disputou o Sul-Americano da Argentina e assumiu a braçadeira de capitã.

- Fomos vice-campeãs naquele Sul-Americano. Foi um resultado que eu nunca engoli - disse a zagueira, lembrando que, devido a este segundo lugar, o Brasil não se classificou para as Olimpíadas de Pequim. A vaga ficou com a Argentina.

No ano passado, Aline comandou a equipe medalha de ouro no Pan-Americano do Rio de Janeiro.

- Eram 70 mil pessoas no Maracanã nos vendo, gritando e torcendo, só de me lembrar fico arrepiada, foi inesquecível.

Ainda em 2007, a zagueira foi vice-campeã mundial, na China, sendo derrotada pela Alemanha na final.

Aline atualmente está no Santos e, se no futebol masculino a tendência é atuar fora do Brasil, o feminino foge do padrão.

- Não saio para lugar nenhum. Este é o melhor momento do futebol feminino no país, graças ao apoio da CBF.


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