sábado, 31 de julho de 2010

Elenice Tamashiro, gerente do programa Changemakers da Ashoka

Por Bruno Camarão






Elenice Tamashiro

Gestora ligada a projetos sociais fala do desafio “Transformando Vidas Através do Futebol”


O esporte possui potencial para realizar transformações e apresentar inovações também no campo social? A resposta para a Ashoka e o programa Changemakers é positiva. E o trabalho dessa equipe de inovadores para planejar estratégias de mudanças e inspirar outros entusiastas não poderia deixar o futebol fora do contexto.

Nasceu, então, o desafio “Transformando Vidas Através do Futebol”, cujo objetivo é conhecer ideias inovadoras sobre como a modalidade coletiva mais popular do mundo pode alavancar o potencial dos jovens, fortalecer suas comunidades, impulsionar o desenvolvimento e acelerar mudanças na sociedade. O projeto é uma parceria da organização com a Nike, tradicional marca e fabricante de materiais esportivos.

“A experiência com este desafio, em âmbito global, demonstrou que existem projetos estruturados com resultados concretos, na forma como estão mudando vidas de milhares de pessoas através do futebol, com forte orientação educacional para fortalecer os jovens para aumentar sua participação cidadã e ajudar a desenvolver suas respectivas comunidades”, explica Elenice Tamashiro, gerente do programa Changemakers da Ashoka.

Além da responsabilidade com a questão da saúde dos jovens e o oferecimento de um caminho para a construção de uma cultura de paz e respeito à diversidade, o desafio tem a intenção de agregar cada vez mais pessoas para participar do “time”.

Como aponta Elenice, desde o dia 27 de julho qualquer internauta pode votar em um prêmio que distribui um total de U$ 90.000,00 para as melhores ideias que utilizam o futebol para a mudança social. O “Transformando Vidas Através do Futebol” tem 293 inscrições de projetos em 63 países, sendo 36 inscrições somente no Brasil.

Iniciativa da Ashoka, organização mundial, sem fins lucrativos, pioneira no campo da inovação social e trabalho e apoio aos empreendedores sociais, o programa Changemakers se desenvolveu com base no histórico e na experiência da organização e na crença da construção de uma sociedade global onde “todos podem mudar o mundo”.

Trata-se de uma comunidade on-line que identifica projetos inovadores e permite aos seus membros colaborarem entre si para encontrar as melhores soluções para os problemas sociais mais urgentes. Em época de Copa do Mundo, e de olho na edição de 2014, que será realizada no Brasil, a confiança é que novos pensadores se sintam mobilizados a dar sua contribuição ao planeta.

“O jovem é a força motriz de futuras gerações, podendo causar impacto positivo uma vez que ele receba acesso à informação correta, o caminho para se atingir determinado objetivo, um mundo de possibilidades que é o futebol. A modalidade pode oferecer para ele essa mudança de realidade, mostrar-lhe que é possível mudar, fazer acontecer, multiplicar as ações para impactar mais gente”, acredita Elenice, que aprofunda a discussão nesta entrevista à Universidade do Futebol.

Universidade do FutebolQual é a proposta essencial da Ashoka e quais os principais objetivos do programa Changemakers?

Elenice Tamashiro – A Ashoka é pioneira no campo da inovação social. A missão é contribuir para criar um setor social empreendedor, eficiente e globalmente integrado, e a visão dela é “todo mundo pode mudar o mundo”.

A proposta essencial da organização é provocar transformação social com prática do conceito do empreendedorismo social em vários campos de atuação, como saúde, educação, participação cidadã, direitos humanos, desenvolvimento econômico e meio ambiente.

A proposta é colocada em prática através da seleção e investimento em empreendedores sociais, criação de estruturas /sistemas que possam apoiá-los de maneira a expandir suas inovações (projetos inovadores) e provocar a mudança também através de suas comunidades – onde entra o conceito do “todo mundo pode mudar o mundo”.

O Changemakers é uma iniciativa da Ashoka, que se desenvolveu com base no histórico e na experiência da organização e na crença da construção de uma sociedade global onde “todos podem mudar o mundo". É uma comunidade on-line que identifica projetos inovadores e permite aos seus membros (inovadores - dentro e fora da rede Ashoka -, investidores e entusiastas) colaborarem entre si para encontrar as melhores soluções para os problemas sociais mais urgentes.

O “Changemakers é um sólido ‘laboratório’ para lançar, aperfeiçoar e ampliar novas ideias, permitindo aos membros de nossa comunidade mais oportunidades para que as mudanças ocorram mais rápido e de forma efetiva”.

Além do objetivo de aumentar as colaborações entre inovadores sociais do mundo inteiro, um grande objetivo do Changemakers é promover acesso democrático aos recursos aos inovadores sociais que participam dessa comunidade global on-line para que possam aumentar seu impacto no seu contexto local e global. Ou seja, visibilidade e oportunidade deles; oportunidade e visibilidade a inovadores sociais.

Como o futebol pode ajudar na superação das dificuldades em leitura, escrita, raciocínio lógico e relacionamentos?

Conheça mais sobre o projeto "Educação do Corpo Inteiro"

Universidade do Futebol Você tem experiência em lidar com projetos, impactos e inovações na área social. Como ocorreu sua trajetória até chegar à Ashoka, com a gerência do programa de Changemakers?
Elenice Tamashiro – Durante a faculdade, onde estudei administração pública, tive a oportunidade de trabalhar com projetos sociais através da Jr. Pública, estágio em captação de recursos na própria EAESP-FGV. Tive algumas experiências em setor privado, estava em processo de decisão sobre qual caminho tomar na profissão, mas sabia que gostava mesmo é de trabalhar com o setor social.

Tinha curiosidade para saber mais sobre investimento social, como os inovadores sociais estavam atuando com seus projetos para melhorar a vida das pessoas, impacto no meio ambiente, etc.

Depois de uma experiência com investimento social comunitário onde desenvolvemos capacitação para lideranças locais, de oito cidades do estado de São Paulo, sobre mobilização de recursos (não somente financeiros, mas ativos da comunidade) para aumentar a sua base de sustentabilidade, voltei a trabalhar em setor privado porque queria uma experiência em consultoria que pudesse me ajudar a ter uma visão sistêmica e ajudar a trazer melhores e efetivas soluções para um determinado problema.

Embora não tenha tido uma vasta experiência com consultoria, havia algo que faltava no meu dia-a-dia. No final do trabalho, sempre queria saber qual era o impacto daquilo na vida das pessoas, quem estava ao nosso redor, etc. Foi quando surgiu a oportunidade me em juntar à equipe da Ashoka Brasil para estruturar a área financeira.

Éramos uma equipe pequena, o que nos permitia envolvimento em todos os tipos de atividades e exposição a variados temas, espaço para testar, criar novos processos. A Ashoka me proporcionou um grande desenvolvimento profissional que foi importante para ajudar a compor a equipe global do Changemakers.

Cada um de nós está em um canto do mundo, com uma dinâmica de trabalho on-line intensa (nem parece que estamos tão longe), mas com atividades e metas muito concretas.

Escola de futebol foi viabilizada por meio de parceria entre instituição filantrópica, Escola Municipal, iniciativa privada e comunidades carentes

Conheça mais sobre o projeto "Bola Cheia"

Universidade do Futebol Ainda está sendo montado um cenário dos projetos com as principais inovações dentro da realidade brasileira? O que você poderia falar dessa experiência com o projeto “Transformando Vidas Através do Futebol”?

Elenice Tamashiro – Creio que existe muito espaço para inovação considerando contextos locais, no sentido de que você sempre pode inovar levando em conta o que é relevante para a cultura de determinada região e comunidades.

A experiência com este desafio, em âmbito global, demonstrou que existem projetos estruturados com resultados concretos, na forma como estão mudando vidas de milhares de pessoas através do futebol com forte orientação educacional para fortalecer os jovens para aumentar sua participação cidadã e ajudar a desenvolver suas respectivas comunidades; para serem responsáveis com a questão da sua saúde; construção de uma cultura de paz; respeito à diversidade.

Além disso, a convocatória colaborativa também trouxe projetos inovadores, em fase de implementação, os quais demonstraram seu potencial de impacto e que certamente poderá chamar a atenção de outros membros da comunidade, como investidores sociais, para acompanhar e apoiar o seu progresso.

Universidade do Futebol Como funciona propriamente o desafio? Em que etapa o projeto se situa?
Elenice Tamashiro – Antes de lançar qualquer desafio colaborativo para o público, o Changemakers da Ashoka e o investidor definem o seu escopo e objetivos do desafio. Neste caso, em parceria com a Nike, o nosso norte era: de que forma o futebol poderia ser empregado para fortalecer comunidades, aumentar o desenvolvimento e conduzir mudanças sociais?

O cenário global era o de se inspirar a mudança social através do futebol, intenção de encontrar a próxima geração de líderes que estão usando o futebol para liberar o potencial dos jovens de forma que eles pudessem ajudar a fortalecer suas comunidades, impulsionar o desenvolvimento e promover a mudança social.


Então, o processo se dá em fases: definição do escopo; lançamento/convocatória (difusão do desafio na nossa rede de investidores, inovadores, organizações sociais e membros da comunidade on-line); participação da comunidade global on-line constante (nossa comunidade on-line participa com reflexões, comentários e sugestões junto às inscrições); painel de jurado (especialistas e referências internacionais de fundações, empresas, sociedade civil de diferentes regiões) que seleciona os finalistas do desafio; votação (campanha de mobilização para que toda comunidade global de inovadores possa eleger os ganhadores do desafio).

No dia 27 de julho deste ano, anunciamos os 12 finalistas do desafio e iniciamos a campanha de votação junto aos finalistas, novos parceiros (quanto maior número de parceiros engajarmos neste período, melhor). A novidade dessa edição do desafio é que a campanha tem uma forte estratégia de marketing on-line e redes sociais no mundo. Por exemplo, é possível votar em seu projeto finalista favorito pelo aplicativo do Facebook: http://apps.facebook.com/gamechangers-change.

É incrível, cada pessoa que possui perfil no Facebook pode incluir o aplicativo, votar e convidar os amigos para votarem. Isso também é uma forma de ajudar na mudança social. Votar é um ato de mudança! Cada voto conta e isso ajudará a aumentar o impacto do projeto em sua comunidade.

Crianças são educadas através do futebol com a utilização de conceitos biblicos

Conheça mais sobre o projeto "Futebol Atos"

Universidade do Futebol Este projeto é uma parceria entre a Ashoka e a Nike. Como se deu essa aliança?
Elenice Tamashiro – Basicamente é a terceira edição da parceria. Ele foi desenvolvido a partir do sucesso de dois desafios colaborativos que ajudaram a balizar as melhores ideias no campo emergente do esporte para a mudança social – os desafios “Esporte para um Mundo Melhor” e “GameChangers: Virando o Jogo para Mulheres no Esporte”.

Tanto através de suas parcerias na África para apoio a comunidades que lutam contra o HIV/AIDS, como em sua campanha “Apareça e Mostre sua Voz (Stand Up Speak Up)”, para empoderar fãs do esporte a manifestar sua oposição ao racismo, a Nike reconheceu há tempos o poder que o futebol tem de provocar mudanças reais.

Universidade do Futebol De que maneira a ideia da responsabilidade social voltada ao futebol se formou dentro da Ashoka? O que a instituição busca nesse sentido?

Elenice Tamashiro – Na verdade, a Ashoka e o Changemakers trabalham na identificação de soluções inovadoras para os problemas sociais mais urgentes do mundo junto com os investidores como a Nike (desenvolver potencial do jovem através do futebol, combate a HIV/AIDS, etc.), Rockefeller (desbloqueio de financiamentos para PMEs – neste, tivemos a adesão do G-20 na qual o governo do Canadá anunciou o investimento de U$ 20 milhões para os finalistas do desafio –, exemplo de acesso a democratização dos recursos) e Artemisia (buscava modelos de negócios sociais que melhoram a qualidade de vida de pessoas de comunidade de baixa renda).

O Changemakers é uma iniciativa da Ashoka que trabalha o investimento social estratégico junto com estes investidores de maneira a criar maior impacto social. O conteúdo gerado do desafio é uma das maneiras de mostrar as “tendências das barreiras que devem ser transformadas para que aconteça a mudança, bem como oportunidades e conceitos para se trabalhar o tema”.

Deste modo, a iniciativa Changemakers contribui, ajuda, orienta as empresas e fundações para o uso eficaz e mais estratégico do seu investimento social.

Universidade do Futebol O que você e a equipe do desafio concluíram sobre o tema “socialização do esporte” no Brasil e no mundo? Há diferenças a serem destacadas entre as propostas nacionais e as estrangeiras?

Elenice Tamashiro – O esporte cada vez mais se mostra como uma frente, um caminho para trazer maior impacto social. Ele trabalha a colaboração, a auto-estima, fortalecimento de comunidades e aumento de sua participação como cidadãos (em seus direitos e deveres), respeito à diversidade, empoderamento econômico, etc.

Creio que há poucas diferenças entre as regiões no mundo. Foi muito interessante ver como os projetos de futebol, para provocar a mudança, trabalham de modo transversal a diversidade (gênero – quebra de estigma da mulher no esporte; pessoas com e sem deficiência/times mistos de meninos e meninas na mesma equipe, por exemplo, para fortalecer técnicas do jogo com base no respeito ao outro;), cultura de paz, competências do esporte (trabalho em equipe, liderança, etc.), que podem levar a um bom desempenho profissional, etc.


Jovens angolanos têm oportunidades e melhores condições de vida a partir do estímulo ao protagonismo juvenil


Conheça mais sobre o projeto "Virando o Jogo"

Universidade do Futebol O cenário atual do mundo é também inspirar a mudança social por intermédio do futebol? Em sua opinião, como liberar o potencial de jovens, para que estes fortaleçam suas comunidades, alavanquem o desenvolvimento e promovam mudanças?

Elenice Tamashiro – Acho que pelo esporte, em geral. O futebol é o mais popular, deve ainda mais chamar atenção agora para a Copa de 2014, é uma boa oportunidade para que a sociedade civil brasileira também pense qual seria o legado social de grandes eventos como este.

Existe uma rede, chamada REMS – Rede de esporte para mudança social –, idealizada inicialmente pela Nike. Trata-se de um grupo de organizações sociais focadas no esporte que trabalham incansavelmente sobre a importância do esporte na criação e aumento do impacto social. Ele discute e propõe uma agenda comum para o legado social do esporte no Brasil.

O jovem é a força motriz de futuras gerações, podendo causar impacto positivo uma vez que ele receb acesso à informação correta, o caminho para se atingir determinado objetivo, um mundo de possibilidades que é o futebol. A modalidade pode oferecer para ele essa mudança de realidade, mostrar-lhe que é possível mudar, fazer acontecer, multiplicar as ações para impactar mais gente.

Universidade do Futebol No esporte, de que modo pode-se trabalhar a questão social sem decair no mero assistencialismo?
Elenice Tamashiro – Vale também o bom e velho clichê do “ensinar a pescar”. Se você oferece oportunidades e acesso a informações, aposta no potencial das pessoas, por exemplo, o que o treino, o jogo podem oferecer para desenvolvimento das competências pessoais que podem ser praticadas no seu dia-a-dia, elas serão capazes de “criar um negócio do pescado”, desenvolver a melhor “cadeia de produtiva do pescado” em colaboração com cada elo de produção da cadeia, porque um dia tiveram essa oportunidade e poderão repassar a mesma ação para frente.

Universidade do Futebol Também a partir de sua visão profissional e acadêmica particulares, de que forma o processo da educação auxilia no desenvolvimento do raciocínio, da criatividade e na compreensão dos fatores externos vividos pelas pessoas?

Elenice Tamashiro – Todo processo educacional (de mudança de hábito/comportamento) é crucial para o desenvolvimento do ser humano. Deve ser um processo que traga consciência nas atitudes e que tipos de impactos pode resultar (dependendo da atitude que tomar e sua responsabilidade nisso), que possa gerar reflexões que orientem para possíveis soluções (individuais ou coletivas) de problemas urgentes.

Acho que cada um nós, uma vez que se propõe a participar de qualquer processo educativo e aceita praticar a mudança de um padrão, por exemplo, este não deve ficar no discurso, e sim ajudar a desencadear atitudes coerentes em relação às pessoas que estão ao seu redor; que o aprendizado de um processo educativo possa ser aplicado em vários setores da vida, como usar o aprendizado e transformá-lo/adaptá-lo na profissão, na sua vida pessoal, na relação com o outro.

Cada indivíduo se permite aplicar a criatividade em outros setores a partir de um processo educacional: se bem concebido por quem propõe e bem absorvido por quem o recebe – e de qualquer maneira, acredito que nunca deve ser um processo de mão única, mas um processo educacional pela troca de saberes, de aprendizagem, de colaboração –, acredito que esta é melhor forma de educar.

Universidade do Futebol Você acredita que é possível pensar a formação de jovens jogadores de futebol sem a criação de um programa que gerencie o crescimento pessoal, social e profissional de modo interdisciplinar?

Elenice Tamashiro – Essa é uma opinião muito, muito pessoal, sem um fundamento teórico ou pedagógico. Eu acredito que formação de jovens jogadores que tenham programas de desenvolvimento acoplados (onde podem aprender e compartilhar aprendizados) será a melhor forma de fortalecer cada indivíduo em seu papel ativo de cidadania (consciente dos seus direitos e deveres), para tomar boas decisões em relação a sua vida (pessoal/profissional), de contribuir para o desenvolvimento de sua comunidade de uma maneira mais sustentável e estruturada.

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domingo, 25 de julho de 2010

Fortaleza conquista título cearense e vaga para a Copa do Brasil



Ao manter a vantagem obtida na primeira partida entre ambos, a equipe feminina do tricolor de aço leva para o Pici o cetro máximo cearense

Uma conquista da garra, da determinação e da superação. Talvez seja esta a melhor tradução para o sucesso das leoas do Fortaleza, comandadas pelo técnico Fuscão e sua comissão, liderados pela bravura do coordenador Chagas Ferreira, o grande sustentáculo da conquista tricolor.

A final do Campeonato Cearense de Futebol Feminino foi digna, com a devida proporção, aos grandes eventos esportivos realizados em nosso estado. E foi neste clima que as equipes femininas do Caucaia Esporte Clube e do Fortaleza Esporte Clube se conduziram dentro de campo, levando a disputa até o seu final com elevado espírito esportivo.

O placar não teve movimentação e o resultado de empate sem gols beneficiou a equipe do Fortaleza, que na fase final da disputa conquistou quatro pontos contra um do Caucaia.

Além de se sagrar a equipe campeã cearense da modalidade, o Fortaleza obtém a única vaga do estado na Copa do Brasil, competição organizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Congratulamo-nos com todas as equipes participantes, e em especial com a equipe do Fortaleza pela brilhante conquista.

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sábado, 17 de julho de 2010

Fortaleza quebra invencibilidade de quase dois anos do Caucaia e fará partida final com a vantagem do empate


Foto: @BeneLimaFrc / Ronaldo Déber

A fase final do Campeonato Cearense de Futebol Feminino chega ao seu final no próximo sábado, 24, com a partida entre Caucaia e Fortaleza no estádio Moraesão, em Maranguape, região metropolitana de Fortaleza.

Na tarde deste sábado, 17, o Fortaleza conseguiu a façanha de interromper uma trajetória de quase dois anos sem nenhuma derrota em terras cearenses do time do vizinho município de Caucaia, o Caucaia Esporte Clube, também conhecido como Jangada Caucaiense, ao vencê-lo pelo placar de 2 a 1, após estar perdendo por 1 a 0 no início do 2º tempo.

Os gols da partida foram assinalados todos no 2º tempo, com Rayssa abrindo o placar aos 12 minutos para o Caucaia, enquanto Rayana aos 19 minutos e Isabel aos 30 minutos assinalaram para o Fortaleza.

No próximo sábado, 24, teremos a grande final da competição, com Caucaia e Fortaleza fazendo novo confronto, desta vez no estádio Moraesão, em Maranguape, às 15h15.

Vitória do Caucaia por qualquer placar lhe dará o título de tricampeão cearense, pois embora fique em condição de igualdade com o Fortaleza nesta fase, a equipe leva da fase classificatória a vantagem obtida por ter tido a melhor campanha. Já ao Fortaleza basta um simples empate para interromper a hegemonia do rival e conquistar a tão sonhada vaga para a Copa do Brasil que se avizinha.
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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Lei de Incentivo ao Esporte atinge R$ 820 milhões

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP


lei-de-incentivo-ao-esporte


Por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, similar à Lei Rouanet na área da cultura, o Ministério do Esporte já autorizou aproximadamente R$ 820 milhões para patrocinadores, segundo a colunista da "Folha de S.Paulo", Mônica Bergamo. Desse valor, cerca de R$ 240 milhões foram captados nos últimos três anos.


A premiação, dividida em cinco categorias - "Melhores Amigos do Esporte", "Melhores Amigos do Esporte do Estado”, “Maiores Amigos do Esporte”, “Amigos do Esporte - Pessoa Física” e “Dedicação e Incentivo ao Esporte” -, será entregue pelo ministro do esporte Orlando Silva. Todas empresas, contudo, receberão medalhas pelo benefício fiscal.


Em nota emitida à imprensa, o Ministério garante ter beneficiado diretamente dois milhões de pessoas em 2009, entre atletas, profissionais do esporte e trabalhadores. Vigente desde 2007, a lei permite que pessoas jurídicas e físicas façam doações ou patrocínios desportivos e paradesportivos e recebam desconto no imposto de renda. A lei permite dedução de 1% para empresas e 6% para indivíduos.



domingo, 20 de junho de 2010

Campeonato Cearense de Futebol Feminino 2010

CAUCAIA 4 X 2 FORTALEZA
Caucaia, líder invicto com 21 pontos ganhos em 7 jogos, portanto com 100% de aproveitamento, e a primeira equipe classificada para a final da competição, que vale uma vaga para a disputa da Copa do Brasil deste ano.
Veja mais detalhes no site oficial do clube.

Exibir Caucaia 4 x 2 Fortaleza




Esclarecimento

A Liga Cearense de Futebol Feminino (LCFF) sempre procurou dar tratamento igual a todos clubes que integram o universo do futebol feminino em nosso estado. E sabemos ser esta uma condição essencial para que todos nos vejam como promotores de uma atitude de equanimidade, desse modo distribuindo justiça e tratamento igualitário a todos que nos procuram.

Ao dizermos isto, o fazemos como forma de prevenir quaisquer considerações que nos coloquem como partidários deste ou daquele clube, desta ou daquela agremiação ou facção.

Tal esclarecimento já contém a justificativa plausível para, somente agora, estarmos noticiando, em segunda chamada, o prosseguimento do Campeonato Cearense de Futebol Feminino, competição esta promovida e realizada pela Federação Cearense de Futebol (FCF).

Vale salientar que não é de agora que nos colocamos ao dispor das entidades de administração do futebol, no sentido de com elas cooperarmos, no campo das idéias. Afinal, a LCFF não dispõe de recursos para subsidiar nenhum evento e/ou competição. E, quando o fazemos, é sempre com a ajuda de parceiros, patrocinadores, colaboradores e afins. Desse modo, nos movemos pelo trabalho sério, profissional e colaborativo, em última instância, pelo capital intelectual de nossos dirigentes e apoiadores.

Vale esclarecer também que este blog não tem a pretensão de fazer-se uma síntese do que se passa no estado do Ceará e menos ainda no Brasil, no que se refere ao futebol feminino. Nossa intenção é levarmos ao conhecimento das pessoas a existência de nossa Entidade - a LCFF -, destacando seus princípios, sua filosofia de atuação, além da nossa visão do esporte, que se coaduna com o que há de mais conseqüente e responsável no campo do desporto.

A LCFF procura desenvolver um trabalho no campo esportivo, mas esse trabalho tem conotações que passam e inspiram-se nos campos cultural, educacional e social, visando a operar transformações sociais que representem verdadeiro ganho, sobretudo para as populações de baixa renda.

Nossa participação em projetos de âmbito mundial com os quais cooperamos já se faz sentir, com destaque para a doação do capital intelectual de nossa Entidade, representada por nossos membros dirigentes.

Essa visão renovada, participativa e cooperativa é que nos tem dado a credibilidade para estabelecermos parcerias, nos mais diferentes segmentos da atividade esportiva e do saber.



Campanha Nacional

DOAÇÃO DE SANGUE

"Doe sangue, faça alguém nascer de novo."

Objetivo é mostrar que um gesto simples pode salvar vidas. Brasil precisa aumentar o estoque anual de bolsas para pelo menos 5,7 milhões


sangue

A campanha vai mostrar o depoimento de pessoas que tiveram suas vidas salvas com a transfusão de sangue. Haverá também a imagem de um bebê fazendo tarefa de adulto, representando as pessoas que nasceram outra vez ao receber sangue doado. A campanha estará na TV e também em outras mídias, como jornal, rádio e mobiliário urbano.


Cada vez mais a demanda por sangue aumenta nos hemocentros. O aumento de 30% no transplante de órgãos e o crescimento da população estão entre os fatores que fazem o país precisar cada vez mais de sangue para transfusão. São coletadas por ano 3,5 milhões de bolsas de sangue no Brasil, quando o ideal seria 5,7 milhões.


No Brasil, 1,9% da população é doadora de sangue. Mesmo estando este percentual dentro do parâmetro da Organização Mundial de Saúde (OMS) – de 1% a 3% da população – o Ministério da Saúde considera que é urgente e possível aumentar o número de brasileiros doadores: se cada pessoa doasse duas vezes ao ano, não faltaria sangue para transfusão no país.


Dia 14 de junho é Dia Nacional do Doador de Sangue, instituído em pela OMS e celebrado no Brasil desde 2004. A data é em homenagem ao cientista Karl Landsteiner, descobridor dos sistemas de grupos sanguíneos ABO. Para doar sangue, basta ir ao hemocentro mais próximo. Todo procedimento demora muito pouco, é seguro e não dói.


Consulta pública - Além da campanha, o Ministério da Saúde realiza uma consulta pública desde o dia 2 de junho sobre a proposta de mudar as idades mínima e máxima para doação. Hoje podem doar sangue quem tem em 18 e 65 anos. A proposta é que a idade seja de 16 a 68 anos. Com a mudança, 13,9 milhões de pessoas ficam aptas a doar sangue.


Outras informações importantes


Para doar sangue é necessário - Sentir-se bem, com saúde; apresentar documento com foto, válido em todo território nacional; ter entre 18 e 65 anos de idade; ter peso acima de 50Kg.


Recomendações para o dia da doação- Nunca vá doar sangue em jejum; faça um repouso mínimo de 6 horas na noite anterior a doação; não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores; evitar fumar por pelo menos 2 horas antes da doação; evitar alimentos gordurosos nas 3 horas antecedentes a doação; Interromper as atividades por 12 horas as pessoas que exercem profissões como: pilotar avião ou helicóptero, conduzir ônibus ou caminhões de grande porte, subir em andaimes e praticar pára-quedismo ou mergulho.


Apoio: Planeta Voluntários

A maior Rede Social de Voluntários e ONGs do Brasil !!!

disque saúde 0800 61 1997

Ministério da Saúde
http://www.facaalguemnascerdenovo.com.br


(Fonte: Agência Saúde)



quinta-feira, 17 de junho de 2010

III Conferência Nacional de Esporte e Lazer: intervir é preciso!

Lino Castellani Filho


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Em época de Copa do Mundo, atenção redobrada: reforçar o combate ao risco do engodo e da empulhação da III Conferência Nacional de Esporte e Lazer é preciso.


Era uma vez, um general que não deixava seus “colegas de farda” do QG em paz... Para ele, princípios e ética eram inegociáveis, e nada no mundo justificava abrir mão deles em nome de interesses políticos. Longe de se perceber “apolítico”, era daqueles poucos que sabiam discernir entre política e politicagem...


Pois bem... Irritados com aquele general, puseram-se os demais a pensar uma maneira de retirá-lo do jogo... Pensa daqui, pensa dali e... Alguém traz uma ideia genial, logo aprovada por todos.


- Por que não envolver o general em uma guerra de mentirinha, camuflando-a de modo a parecer verdadeira a seus olhos? Assim pensaram e assim fizeram, e daquele dia em diante o general, crédulo na humanidade e absorto em sua importante missão, nunca mais os incomodou em suas ações e estratégias voltadas para o mundo da política real...


Lembrei-me dessa pequena estória por conta de alguns acontecimentos no campo esportivo... Estamos (quase) todos com as atenções voltadas para a África do Sul, não por conta dos problemas que a afligem e ao continente africano, mas sim pela Copa do Mundo de futebol que lá acontece, deixando em segundo plano tudo o mais... Das eleições presidenciais até outros assuntos do próprio universo esportivo, como a realização da III Conferência Nacional de Esporte e Lazer, organizada pelo Ministério do Esporte.


O modelo conceitual da Conferência não poderia ser mais bem desenhado: trata-se de ampliar a participação da sociedade civil organizada nas questões afetas à definição das políticas esportiva e de lazer brasileiras, trazendo para esse espaço aquilo que já se encontra enraizado na cultura política de outros campos/segmentos sociais, qual seja, a imperiosa necessidade da presença do controle social e da participação popular na definição das ações do poder público voltadas para a elaboração e execução de suas políticas.


Sua primeira edição, em 2004, deu-nos a impressão de que ela viria pra valer.Esporte, Lazer e Desenvolvimento Humano foi seu tema central. Experiência impar, dada a ausência quase que absoluta da tradição de espaços de construção coletiva e colegiada das decisões tomadas na história esportiva brasileira, mais acostumada com conferencistas que se recusavam a dialogar com o público, seja lá o sentido que queiram dar a esta expressão.


A segunda, em 2006, embora já carregasse o peso da desconfiança pela ausência de implementação das deliberações havidas por ocasião da 1ª, ainda mobilizaram municípios, estados e regiões em fases que antecederam sua etapa nacional, colocando todos refletindo sobre o sistema esportivo e de lazer brasileiros.Construindo o Sistema Nacional de Esporte e Lazer foi seu nome de batismo, expressando nele próprio o reconhecimento do atraso da área diante da mera constatação dos 18 anos que então completava o sistema nacional de saúde e os outros tantos da educação, ao lado de um debate no campo da cultura que já a colocava à frente da esfera esportiva.


A não realização de sua 3ª versão em 2008, ou mesmo em 2009, já anunciava algo pouco promissor. A falta de vontade política do Ministério do Esporte de dar vazão à construção das condições objetivas para a consecução das deliberações tomadas naquele fórum ficou evidente tanto com o simples enumerar das deliberações que vieram a se materializar em política de governo, quanto com o próprio anúncio do tema central da III Conferência, convenientemente pensada para 2010, ano eleitoral:Plano Decenal do Esporte e Lazer: 10 pontos em 10 anos para projetar o Brasil entre os 10 mais.


Aquilo que era central na 2ª Conferência se mistura a outros eixos de debate, numa clara perda de importância facilmente compreendida pela ausência de disposição dos senhores dos anéis de debaterem mudanças em uma estrutura que lhes vem servindo como se feita sob medida a seus interesses de manutenção do status quo... Quem se habilita a fazer um levantamento dos anos de empoderamento desses senhores à frente de suas entidades? É um acinte à lógica democrática!


O documento que a anuncia é forjado em uma matriz aparentemente ousada, mas tacanha quando revelada sua base paradigmática - a do alto rendimento - e sua perversa materialização em políticas de governo só não é percebida pelos... Que se envolveram na guerra de mentirinha, tal qual o general de nossa estorinha...


Se não ficarmos atentos, seremos vítimas de engodo, legitimando aquilo já decidido na guerra de verdade, na política real... Peguemos, por exemplo, a realização, em nosso país, da Copa do Mundo de Futebol em 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, de cuja decisão participaram Fifa e CBF e COI e COB, respectivamente, bem como a política de financiamento do esporte desavergonhadamente voltada para o alto rendimento em detrimento da compreensão do direito ao acesso ao esporte e ao lazer por parte da sociedade brasileira... A quem duvida, convido a fazer uma breve análise da execução orçamentária do Ministério do Esporte desde sua criação até os dias atuais, triste constatação para quem acreditava na mudança...


Engodo, segundo o “Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa”, é “coisa com que se seduz alguém...”. Deixa-se engodar aquele que permite ser enganado com promessas vãs. Não podemos permitir sermos empulhados, alvos de zombarias...


Voltemos nossas atenções para o lócus da política concreta; reconheçamos o caráter conservador, retrógrado e reacionário do campo esportivo e a aliança com ele construída por setores aparentemente progressistas; identifiquemos no projeto Brasil potência esportiva o modelo que dá as costas às desigualdades sociais que nos fazem, aí sim, imbatíveis; reconheçamos em nossos jovens futebolistas, “pé-de-obra” vendida no mercado internacional da bola por empresários que nada ficam devendo aos donos de escravos de um passado não tão remoto como parece ser.


Mas também reconheçamos, lançando mão do princípio da contradição, o caráter não monolítico das instituições, buscando fortalecer seus setores dotados de postura contra-hegemônica capaz de subverter a relação de poder hoje configurada, única possibilidade de darmos sentido emancipatório ao processo de participação popular na construção da política esportiva e de lazer brasileira.


Que a resposta à pergunta sobre qual conferência queremos - a do engodo ou a da qualificação da participação popular/controle social na elaboração e execução de políticas de esporte e lazer - não só não deixe dúvidas quanto ao compromisso com a defesa da segunda premissa, como também contribua na mudança da correlação de forças historicamente presente no campo esportivo, condição indispensável para que, arejando-o, oxigenando-o, também nele possamos afirmar que a esperança venceu o medo.


sábado, 12 de junho de 2010

Macro ambiente favorável

CONFERÊNCIA NACIONAL DO ESPORTE APROVA A CARTA DE BRASÍLIA

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Os participantes da III Conferência Nacional do Esporte aprovaram no domingo p.p., (6) a Carta de Brasília, que sintetiza as ações e metas do segmento para os próximos dez anos.


Reunidos em Brasília de 3 a 6 de junho, os conferencistas debateram 10 eixos temáticos que regem o esporte brasileiro. Todas as propostas foram discutidas em grupos de trabalho e aprovadas na plenária final, ocorrida no sábado (5) à tarde e na manhã deste domingo (6).


A Conferência teve etapas municipais, estaduais regionais e livres em todos os estados e no Distrito Federal.


Veja a íntegra da Carta de Brasília:


Por um time chamado Brasil!


Esta III Conferência Nacional do Esporte, a maior já realizada no segmento, expressou a inteligência coletiva e foi o ápice de um processo de consolidação de importantes consensos iniciado em sua primeira edição, em 2004, e mantido na segunda conferência, em 2006. A primeira definiu os fundamentos da Política Nacional do Esporte com foco no desenvolvimento humano; a segunda propôs uma nova estrutura para o Sistema Nacional de Esporte e Lazer e teve como marco a conquista da Lei de Incentivo ao Esporte.


A III Conferência consolida as conquistas anteriores e avança para a efetivação do esporte como direito social, conforme preceitua a Constituição Federal, que também determina que cabe ao Estado oferecê-lo como política pública. Esta Conferência ocorre em um momento especial para o nosso país.


O povo brasileiro já deu inúmeras provas de sua genialidade e criatividade ao superar barreiras na história e ocupar espaços internacionais nas artes, nas ciências, na tecnologia de ponta, nas questões ambientais, na gastronomia, nas comunicações, nas políticas públicas de saúde e de educação, na indústria, sobretudo a de petróleo, petroquímica e de biocombustíveis.


No campo esportivo, a comunidade internacional, sob diversos ângulos, volta seus olhos para o Brasil. Os Jogos Pan e Parapan-americanos de 2007, os Jogos Mundiais Militares de 2011, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 são símbolos desse novo olhar do mundo sobre o nosso país.

O momento abre novas oportunidades para o esporte brasileiro. E isso só é viável porque o Brasil passa por um momento raro de distribuição de renda e combate à pobreza; trilha um caminho de crescimento e de estabilidade econômica, de confiança para investimentos, de ampla democracia e incontestável reconhecimento da comunidade internacional.


O esporte faz parte deste cenário promissor, como demonstra a participação inédita de 219 mil brasileiros e brasileiras de 3112 municípios de todas as unidades da federação para debater o Plano Decenal proposto para esta III Conferência Nacional do Esporte. A comunidade esportiva nacional compreendeu o chamamento à discussão dos desafios para os próximos dez anos.


Aqui reunidos – mulheres e homens de todas as gerações, negros e negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, trabalhadores, pessoas com deficiências e com mobilidade reduzida, idosos, estudantes, profissionais de educação física e de outras áreas, atletas, técnicos, dirigentes e gestores esportivos –, todos construindo o Plano Decenal de Esporte e Lazer que será um poderoso instrumento de mobilização da comunidade esportiva e – temos convicção – se converterá em lei no Congresso Nacional para ratificar o anseio da sociedade brasileira.


Aprovamos o Plano Decenal de Esporte e Lazer “10 pontos em 10 anos para projetar o Brasil entre os 10 mais” que ratifica a necessidade de um Sistema Nacional de Esporte e Lazer lastreado em recursos que tornem sustentável um projeto de longo prazo.


Significa também promover a inclusão social e o desenvolvimento humano por meio de programas socioesportivos; institucionalizar o esporte educacional; atingir resultados inéditos nas competições e assim projetar o Brasil no ranking do alto rendimento; incrementar nossa infraestrutura esportiva; modernizar e valorizar o futebol como identidade cultural do Brasil; ampliar o leque de modalidades para diversificar a prática esportiva no país; qualificar a gestão do esporte e do lazer; e aproveitar o potencial econômico-social dos grandes eventos, porque eles contribuem com o projeto de desenvolvimento nacional gerando milhões de empregos, aumentando a renda do trabalhador e propiciando o renascimento de áreas urbanas, a melhoria da qualidade de vida, a oferta de perspectivas à juventude e o fortalecimento do respeito do mundo por nossa pátria.


O Plano Decenal ganha força a partir da valorização do trabalhador da área, especialmente o profissional de educação física, garantindo postos de trabalho; estabelecendo a criação de políticas de formação continuada e permanente, de desenvolvimento científico e tecnológico e de acompanhamento e avaliação dos programas, resultando na profissionalização cada vez maior da política esportiva no país.


Esse conjunto de ações e metas consolidam os programas sociais de esporte e lazer do Ministério do Esporte como política de Estado e avançam rumo à universalização do acesso ao esporte e ao lazer como direito de todos os cidadãos brasileiros.


O esporte nos ensina que as vitórias são fruto de construções coletivas, de ideias amadurecidas, de planejamento contínuo, de papéis definidos, de metas objetivas, de gestão eficiente, de políticas amplas.


Se os desafios são enormes, maior é a nossa capacidade e espírito de luta. Reunidos no cinqüentenário de nossa capital, nós, delegados, delegadas e participantes da III Conferência Nacional do Esporte somos inspirados pelo sonho da construção de Brasília, forjada em concreto, feita de poesia, sacrifício e trabalho de brasileiros de todas as partes. Com esse exemplo, fortalecemos nossa determinação em construir uma nova década em que o esporte e o lazer sejam vividos pela população como direitos. Queremos todo o povo jogando, torcendo e brilhando, vestido com a camisa desse time chamado Brasil.


Brasília, 06 de junho de 2010
Delegados e delegadas da III Conferência Nacional do Esporte

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Fonte: Ministério do Esporte / Foto: 24horaspiauí

Revisão e Intertexto: Benê Lima


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Nova visão do Esporte

África desperta Copa do social

Erich Beting


Agora, quatro anos depois, as principais empresas do meio e a Fifa decidiram apostar no social. Na primeira africaCopa do Mundo em continente africano, a solidariedade entra em campo nos projetos de "legado" do Mundial. A Adidas anunciou nesta terça-feira, aqui em Joanesburgo, que vai leiloar quadros de artistas sul-africanos com a temática do futebol. O montante arrecadado será doado para o Instituto Nelson Mandela. Antes, a Nike, sua maior concorrente, deu os braços a Bono Vox na megacampanha Red, com o objetivo de combater a Aids num dos países que mais sofre com a doença. Isso sem contar na ação que será feita no Soweto, bairro no subúrbio de Joanesburgo, com a construção de um centro de treinamento para os jovens da região. A Fifa também tem um projeto para levar o futebol a diversos pontos do continente africano.


Investir no social não é apenas marketing, e é uma forma interessante que as empresas encontraram para marcar sua passagem pela África.


Copa do Mundo tem, geralmente, um efeito devastador. Um batalhão chega no país-sede durante cerca de um mês, muda a rotina das cidades e depois vai embora, diminuindo sensivelmente a onda de crescimento econômico que antecede o Mundial. Agora, na África, a banda parece mudar um pouco. Num país com poucos recursos e imenso abismo social, investir na melhoria de vida das pessoas é uma forma de dar a sua contribuição para a população local em algo que vai além dos 30 dias da Copa do Mundo.


E no Brasil, o que nos espera? Qual será a onda da Copa? Tudo leva a crer que levantaremos de novo a bandeira da preservação da natureza. Mas bem que poderíamos fazer um mix de Alemanha e África do Sul...


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Perseguição no futebol feminino

por Vanessa Ruiz, da revista ESPN

O Rei do Futebol Feminino


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Kleiton Lima é o técnico da seleção brasileira de Futebol Feminino. Campeão Sul-Americano Sub-20 com o Brasil e bicampeão da Copa do Brasil com o Santos, foi indicado para o cargo após a Olimpíada de 2008, na qual o Brasil foi medalha de prata, e acumulou os cargos de treinador no clube e na Seleção. No início deste ano, Lima ganhou mais um cargo: foi nomeado dirigente do Foz Cataratas, projeto com investimento mensal de R$ 200 mil, lançado pomposamente em Brasília, com a presença do presidente Lula. O time tem como treinador Essinho, auxiliar de Lima na Seleção.


O treinador está envolvido nos três projetos em que mais dinheiro é aplicado para o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil. Um claro conflito de interesses, que ficou escancarado com o anúncio da primeira convocação da Seleção em 2010. Das 22 jogadoras chamadas para 15 dias de preparação na Granja Comary, nove eram do Peixe e cinco do Foz. As outras oito eram de oito times diferentes: Caucaia (CE), Pelotas (RS), Ferroviária (SP), Novo Mundo (PR), Corinthians, Francana (SP), Volta Redonda (RJ) e Saint Michael’s (EUA).


Apesar de o Santos ser indiscutivelmente o time mais vitorioso do País – é campeão da Libertadores de 2009 e contava com Marta e Cristiane no elenco –, começaram a pipocar histórias de desconfiança e descontentamento. Das 14 convocadas diretamente ligadas a Kleiton, apenas quatro participaram dos Jogos de Pequim, quando o técnico da Seleção ainda era Jorge Barcellos. São inevitáveis as suspeitas de favorecimento.


A ESPN conversou com duas atletas, que só aceitaram falar sob a condição de que seus nomes não fossem revelados. Jovens, elas têm medo de prejudicar seu futuro na Seleção. De acordo com uma delas, “a CBF já soube de coisas e não fez nada”. Ela revela que um e-mail enviado para a Confederação, e que passou pelas mãos de Paulo Dutra, responsável pelo futebol feminino dentro da entidade, denunciava uma suposta perseguição de Kleiton a uma atleta que teria se afastado dele no âmbito pessoal, embora continuasse treinando.


O e-mail, de acordo com a atleta, dizia que Lima recomendou a não convocação da jogadora quando consultado pelo treinador do Sub-20, Marcos Gaspar. A reportagem tentou contato duas vezes com Dutra. Na primeira, o dirigente pediu um retorno em 30 minutos, mas as ligações posteriores só caíram na caixa postal de seu celular. Na segunda, dias depois, ele reclamou do barulho e desligou antes de responder a qualquer pergunta.


terça-feira, 8 de junho de 2010

Meninas lançam livro “Nós, Mulheres do Futebol”


LANCE!NET / Futebol para Meninas


Atenção meninas e meninos! Antes da bola começar a rolar na Copa, vem chegando um livro para quem quer conhecer histórias de mulheres envolvidas com o futebol. Não é qualquer livro não! As autoras Silvia Bruno Securato e Ellen Dastry trazem as histórias de várias mulheres envolvidas direta ou indiretamente com o nosso jogo preferido. Vale conferir!


Você vai descobrir o futebol com um olhar muito especial. Atento, vibrante, preocupado, cheio de carinho. É o olhar da mulher nas mais diferentes posições que compõe este espetáculo: Dentro das quatro linhas a mulher jogadora e a árbitra. Na comissão técnica, a mulher nutricionista, fisioterapeuta, técnica, psicóloga. A voz da mulher que transmite,comenta, entrevista, que faz a notícia do esporte. E na arquibancada, a mulher apaixonada que virou símbolo de paixão nacional, a torcedora fanática e a mãe do craque que faz o gol da vitória. São mulheres incríveis, cheias de história pra contar de um futebol que você não vive, não olha, mas sente.


Livro "Nos, Mulheres do Futebol" será lançado dia 08 de Junho


Dentre as entrevistadas estão Elza Soares, Marlene Matheus, Soninha Francine, Silvia Regina e Rose do Rio. O lançamento acontecerá nesta terça-feira, 08 de junho, a partir das 18H30 na Reserva Cultural, que fica na Avenida Paulista, 900 e o Futebol para Meninas estará por lá para conferir o livro e esperamos por você, hein?


Ah sim! Na ocasião do lançamento, estarão presentes algumas das entrevistadas! Vai perder?


sábado, 5 de junho de 2010

“Quem não sonhou em ser uma jogadora de futebol?!”
Há consciência e lucidez de jovens mulheres para discernir que a esfera do trabalho ainda se configura em um território a ser conquistado
Osmar Júnior

A adequação do verso da música da banda Skank ao gênero feminino passa a fazer sentido, ainda que de forma tímida, na sociedade brasileira nos tempos atuais.

Algo que em um passado não tão distante seria impensável, hoje reflete um processo que reposiciona a mulher no universo futebolístico, adentrando os gramados e reivindicando seu espaço, não apenas na esfera do lazer, mas principalmente do trabalho.

Neste passado não tão distante, cabe ressaltar a árdua trajetória de lutas contra obstáculos que compreenderam desde os argumentos infundados calcados nos preceitos da medicina da primeira metade do século XX, que advertia para as ‘deformações’ do corpo feminino e para os riscos de esterilidade provenientes da prática do futebol pela mulher, até os desdobramentos deste discurso, que repercutia na proibição legal da prática do futebol por mulheres, resolução¹ esta que perdurou de 1965 a 1979.

Felizmente, hoje em dia já é mais raro encontrar alguém que acredite que o futebol é prejudicial à saúde da mulher, mas muitas das frentes de batalha da mulher em relação ao futebol ainda se encontram inabaláveis, ou alguém em sã consciência ousaria afirmar que o futebol feminino é uma realidade no Brasil?

Nos dias 21 e 22 de janeiro deste ano, a equipe do Santos realizou uma “peneira” com o intuito de selecionar algumas garotas que poderiam compor seu elenco para a temporada de 2010. O cenário desta peneira reflete de forma contundente as afirmações tecidas anteriormente.

Inscreveram-se para os testes mais de 1.500 meninas com idades entre 14 e 20 anos. De acordo com o site do clube, dos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal, os únicos que ainda não tiveram garotas cadastradas foram: Amazonas, Alagoas, Acre e Amapá. Compareceram efetivamente à peneira 1.128 das inscritas, sendo selecionadas apenas cinco participantes.

Durante os testes, tive a oportunidade de entrevistar 19 das participantes, procurando compreender como estas meninas entendem questões como: o estágio atual do futebol feminino no país, o papel da mídia no desenvolvimento da modalidade e quais as possibilidades e limitações que a mulher encontra hoje no futebol nas esferas do lazer e do trabalho.



Os dados destas entrevistas ainda não foram analisados de forma mais aprofundada, contudo, de uma maneira geral, posso sinalizar que na esfera do lazer, ao menos no ambiente vivenciado pelas entrevistadas, o futebol já se encontra em um estágio bastante avançado. Ou seja, hoje em dia, as meninas já se organizam para jogar futebol de maneira relativamente autônoma, deixando os rachões dos campos e quadras espalhados pelo país, privilégios exclusivos do “sexo forte”.

Em contrapartida, fica claro que as entrevistadas têm a consciência e a lucidez para discernir que a esfera do trabalho ainda se configura em um território a ser conquistado, tendo em vista que a maioria não vislumbra grandes oportunidades de viver exclusivamente do futebol no país.

Este panorama pode ser bem representado pela fala de uma das entrevistadas que afirma que o futebol feminino no Brasil hoje se encontra em um estágio que não pode ser entendido nem como amadorismo nem como profissionalismo. A atleta ilustra tal depoimento, contando que, jogando por uma equipe de Curitiba-PR, viveu a experiência de atuar em campeonatos amadores da cidade e participar da Copa do Brasil enfrentando o Santos F.C com a presença da melhor jogadora do mundo, Marta.

Se para os meninos o sonho de ser um jogador de futebol implica na superação de uma série de obstáculos, para as meninas este sonho parece estar ainda mais distante, afinal de contas não é nada fácil encontrar exemplos de jogadoras bem sucedidas profissionalmente, ou melhor ainda, de clubes que mantenham equipes femininas bem estruturadas como o Santos, que possam alimentar este sonho de sobreviver do futebol.

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1 - Deliberação CND 7/65:
N° 1 – Às mulheres se permitirá a prática de desportos na forma, modalidades e condições estabelecidas pelas entidades internacionais de cada desporto, inclusive em competições, observado o disposto na presente deliberação.

N° 2 – Não é permitida a prática de lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, pólo aquático, pólo, rugby, halterofilismo e baseball.

*Osmar Moreira de Souza Júnior é professor do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana da UFSCar


segunda-feira, 24 de maio de 2010


O papel social do futebol na articulação da sociedade

civil global: paz


Modalidade carrega responsabilidade social impossível de ser ignorada e pode servir de exemplo para a promoção da paz
Marco Antonio Zamboni Zalamena

Estudos sobre a contribuição do futebol na socialização de pessoas traumatizadas e na promoção da paz emergiram recentemente no âmbito das Relações Internacionais. O ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, refletiu em 2006: “O esporte tem a incrível capacidade em catalisar mudanças positivas no mundo e eu imagino que nada mais possa reunir as pessoas como o futebol. Durante noventa minutos, as pessoas se tornam uma só nação” (FIFA, 2006, p. 29). Entretanto, essa função universalista do futebol deve ser analisada com cautela. Segundo Giulianotti e Robertson (2009), o futebol é geralmente palco para a violência. A Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) alega que o esporte seja um domínio onde os direitos humanos são frequentemente infringidos.

O potencial do futebol como um meio que garante a paz não pode ser completamente esclarecido, pois “garantir a paz” remete uma conotação política que torna seu estudo científico complexo (SCHWERY, 2003). Ademais, o caráter paternalista pós-colonial de algumas ONGs que atuam no Hemisfério Sul na promoção da paz dificulta o desenvolvimento do capital social das comunidades locais, as quais muitas vezes encontram-se deslocadas dos projetos sugeridos pelas próprias ONGs. Aqui, capital social é entendido quando da obtenção de retorno instrumental (econômico, político ou social) e/ou expressivo (saúde física, mental e satisfação de vida).

Em termos de legitimidade e sucesso dos projetos propostos, as ONGs têm muito mais a ganhar quando estiverem capacitadas em desenvolver práticas de trabalho glocais, demandando comprometimento, envolvimento e autonomia das comunidades locais. Um exemplo que ilustra uma iniciativa de sucesso é o Open Fun Football Schools (OFFS), organizado pela Cross Cultures Project Association, uma ONG dinamarquesa, o qual recebe fundos da Federação norueguesa de futebol, a NFF, e da UEFA. A OFFS, primeiramente estabelecida no ambiente pós-guerra civil na antiga Iugoslávia, reúne crianças oriundas de regiões em conflito para praticar o futebol; técnicos locais são treinados no intuito de promover melhores chances de vida, explicitadas nos retornos instrumentais e expressivos do capital social produzido nos indivíduos. Hoje, a OFFS pratica as suas atividades também no Oriente Médio.

Nesse contexto, as iniciativas de promover a paz através do futebol deveriam, segundo Giulianotti e Robertson (2009), ser introduzidas em locais com longa história de tensões militares e violência extensiva, como o oeste africano. Segundo um estudo pioneiro de Richards (1997) realizado em Serra Leoa, o futebol constitui um raro domínio onde jovens podem socializar e competir sob regras. O autor observou que os times locais introduziram códigos disciplinares para expectadores e jogadores que antes atuavam de forma bruta.

Na Colômbia, o projeto Football For Peace foi estabelecido em 1996 com o intuito de socializar jovens oriundos de regiões violentas e constituiu a base dos estudos do então doutorando Juergen Griesbeck, fundador da organização de lucro social streetfootballworld. Entretanto, estes locais apresentam problemas sócio-econômicos que afetam as iniciativas de utilizar o futebol para a promoção da paz. Primeiro, as ONGs necessitam projetos de longo prazo e ligados diretamente às necessidades locais. Não é raro as ONGs apresentarem estratégias muito centralizadas que acabam em não produzir os efeitos sociais esperados. Segundo, o futebol corre o risco de ter o seu papel comprometido na promoção da paz, ou até o de ser catalisador de efeitos contrários, se os problemas estruturais que acarretam os conflitos não forem solucionados, como o fim da pobreza e a ocupação ilegal de territórios. Terceiro, as contradições sociais afetam as próprias ONGs e organizações comunitárias envolvidas nos níveis institucionais, retratadas na tendência de priorizar as conexões políticas e sociais dos tomadores de decisão em detrimento da conectividade social local. Nesse sentido, as iniciativas para a promoção da paz através do futebol devem, impreterivelmente, focar o nível local.

O futebol, apesar de muitas vezes exibir seu lado violento, já é utilizado como um meio sócio-cultural que produz alguns efeitos positivos na sociedade. A despeito da tarefa difícil em decifrar o que significa “garantir a paz” através do futebol, atitudes sociais ao longo das últimas décadas adicionam, ou descobrem, a outra face do futebol, uma face que visa não praticar a violência e a intolerância.


* Marco Antônio Zamboni Zalamena é Bacharel em Relações Internacionais e acadêmico de Administração Internacional


sábado, 22 de maio de 2010

Exemplo a ser seguido

Do BLOG DA REDAÇÃO do MSM

Por ANA SHEILA

http://midiasemmedia.com.br/redacao/


Na tarde desta terça-feira (20), na Espanha, foi disputada a final da Champions League feminina, entre Lyon (FRA) e Potsdam (ALE).


A partida esteve longe de ser um espetáculo.


Para quem já assistiu as Sereias da Vila e a seleção brasileira, as européias pareciam meras aspirantes.


Ainda sim o futebol feminino europeu é um exemplo a ser seguido. Já que as jogadoras são tratadas como profissionais e os campeonatos são organizados.


O estádio Coliseum Alfonso Pérez, em Getafe, estava cheio, havia diversas placas de publicidade e em ambas os uniformes havia patrocínios.


Quanta diferença para o futebol feminino brasileiro.


Aqui as meninas ficam sem salários, às vezes precisam conciliar o futebol com outra atividade remunerada para sobreviver, treinam em lugares inadequados, não possuem um calendário de competições e dificilmente os clubes contam com patrocínio.


Além de tudo, ainda nos dias de hoje, as jogadoras são vítimas do preconceito.

Uma pena que o futebol feminino só seja interessante para a CBF e para a televisão quando a seleção brasileira está nas Olimpíadas ou no Pan-Americano.


Quando Marta, Cristiane e companhia atuaram pelo Santos imaginava-se uma nova era no futebol feminino, porém pouca evolução se viu.


No último dia 4 de maio, pelo Campeonato Paulista de Futebol Feminino, a equipe do Palmeiras enfrentou o Juventus.


O local do jogo foi motivo de protesto. Segundo a delegação alviverde, a partida foi disputada em um campo de futebol society e sem condições de jogo.


Confira abaixo o protesto da equipe alviverde:


“O Palmeiras jogou nessa tarde de terça feira (4) contra o Juventus, no Clube do Juventus. O jogo foi no campo de associados society, um campo pequeno e sem condições de jogo.


Para que a modalidade fique séria e cresça, é inadmissível a Federação concordar com a realização de uma partida oficial na Sede Social do Clube. O jogo ficou feio e prejudicou as duas equipes, colocando em risco até a integridade das atletas, nem a comissão técnica do Juventus queria jogar nesse campo. Esta na hora de levarem a sério o futebol feminino e não fazer as coisas por fazer. O jogo foi horrível, truncado e as meninas do Verdão não acharam espaço para jogar. Um empate em 2 x 2 onde o futebol feminino é que perdeu”.


Para que a modalidade seja levada mais a sério e nenhum talento seja desperdiçado é necessário que as autoridades competentes descruzem os braços e invistam no Futebol Feminino Brasileiro.